O desconforto intestinal que tem acometido o presidente nas últimas semanas, segundo a equipe de saúde que trata o paciente desde as primeiras intervenções, determinou o novo procedimento a ser realizado em sala cirúrgica, com fortes anestésicos, o que se torna necessariamente um risco à vida de qualquer doente.
Depois de afirmar que “só Deus me tira” do governo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) será submetido a uma quinta cirurgia no abdome, dentro de mais alguns meses. Segundo o mandatário, trata-se de mais uma correção após a suposta facada que teria recebido, durante campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG), ainda em 2018.
O desconforto intestinal que tem acometido o presidente nas últimas semanas, segundo a equipe de saúde que trata o paciente desde as primeiras intervenções, determinou o novo procedimento a ser realizado em sala cirúrgica, com fortes anestésicos, o que se torna necessariamente um risco à vida de qualquer doente.
Ainda segundo os médicos, em nota veiculada na edição desta sexta-feira da revista semanal de ultradireita Veja, as dores no intestino são sequelas decorrentes da “facada” que teria levado de Adélio Bispo. O inquérito sobre os fatos ainda permanece obscuro.
À flor da pele
Se não houver uma intervenção divina, no entanto, Bolsonaro ainda poderá ser impedido, caso prospere a ação apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF), relacionada aos mais de 60 pedidos de impeachment entregues à Câmara dos Deputados. A nova ofensiva tem deixado o presidente mais nervoso do que o de costume. Fato que comprovadamente, segundo estudos científicos, irrita o sistema digestivo.
Apresentada em 7 de abril pelo advogado Ronan Wielewski Botelho, a liminar requer a edição de uma norma ou lei para regulamentar os prazos para apreciação dos requerimentos de impeachment. Segundo o advogado, há uma lacuna na legislação brasileira ao não se estabelecer prazo para que o presidente da Câmara se manifeste sobre os pedidos.
Por entender que não há previsão constitucional para a elaboração de tal norma ou lei, a ministra Cármen Lúcia negou a liminar. No entanto, o advogado recorreu por meio de um agravo regimental. Como o agravado é o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a ministra pediu uma manifestação de Lira sobre o caso, concedendo-lhe o prazo de cinco dias.
Nervoso
Com a saúde fragilizada e os nervos à flor da pele, Bolsonaro descontrolou-se durante uma transmissão ao vivo, pela internet, noite passada.
— Qual encaminhamento o Arthur Lira vai dar a isso? Vamos encontrar em outro lugar pra discutir isso daí. Não quero me antecipar, mas só digo uma coisa: só Deus me tira da cadeira presidencial. O que nós estamos vendo acontecer no Brasil não vai se concretizar, não vai mesmo — esbravejou.
Genocídio
Caso a ação no STF fracasse e a mão de Deus não se pronuncie, até lá, os partidos de oposição preparam, no Congresso, um ‘superpedido’ de impedimento ao atual governante. A ação política reunirá todos os argumentos dos mais de 60 pedidos que se acumulam na gaveta de Lira.
Ainda que parlamentar alagoano consiga deter o avanço do movimento para o afastamento de Bolsonaro, o Senado está perto de instalar a CPI da Covid, já batizada de CPI do Genocídio – para se ter uma ideia da gravidade do assunto -, com a maioria de seus integrantes francamente contrária ao presidente.