Decisão foi do comandante do Exército, que deferiu 'solicitação de matrícula em caráter excepcional'.
O Exército confirmou,
nesta quarta-feira, que permitiu o ingresso da filha do presidente Jair
Bolsonaro (sem partido), Laura Bolsonaro, no Colégio Militar de Brasília (CMB),
para o ano letivo de 2022. Em agosto, o pai apresentou um pedido para que a
filha frequentasse a escola sem passar por processo seletivo.
A escola permite admissão de dependentes de militares em
situações específicas – transferidos de estado, designados para missão no
exterior, entre outros – e do público em geral. Nesse último caso, no entanto,
é obrigatório passar por processo seletivo. A mensalidade custa entre R$ 250 e
R$ 278. Para o ano que vem, são 15 vagas ao 6º ano, série que Laura Bolsonaro
deve frequentar.
Segundo o g1, o Exército informou em nota que a decisão foi
do comandante da Força, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, indicado por
Bolsonaro para o cargo. Segundo o texto, ele deferiu "solicitação de
matrícula em caráter excepcional".
O g1 questionou a Secretaria Especial de Comunicação Social
do governo federal sobre a situação, mas não recebeu resposta até a última
atualização desta reportagem. À época do pedido, Bolsonaro comentou a intenção
a apoiadores. "A minha [filha] deve ir ano que vem para lá [Colégio
Militar], a imprensa já tá batendo. Eu tenho direito por lei, até por questão
de segurança", disse o presidente.
O Exército afirma que o regulamento "faculta ao
Comandante do Exército apreciar casos considerados especiais, ouvido o
Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx), conforme justificativa
apresentada pelo eventual interessado".
"O DECEx apresentou parecer favorável à solicitação de
matrícula. Posteriormente, o caso foi submetido ao Gabinete do Comandante do
Exército para análise. Cumpridas as etapas anteriormente descritas, o processo
foi levado ao Comandante do Exército, que emitiu despacho decisório deferindo a
solicitação de matrícula em caráter excepcional", diz a nota.
Ainda de acordo com o Exército, há restrição de acesso ao processo.