Em entrevista à Jovem Pan News nesta segunda-feira, 14, Moro
disse que ‘não tem ninguém no Brasil sendo investigado e preso por grande
corrupção’. “Esse é o resultado de quantos superintendentes eles afastaram e
que estavam fazendo o trabalho deles”, declarou o ex-ministro.
A acusação de interferência na autonomia da Polícia Federal
tem sido repetida por Moro desde que ele pediu demissão do Ministério da
Justiça e Segurança Pública, em abril de 2020, acusando Bolsonaro de mudar
delegados em postos de comando para tentar blindar aliados de investigações.
Com a filiação ao Podemos, o discurso de que houve um enfraquecimento na
atuação da corporação também passou a fazer parte da pré-campanha.
Ao repudiar as declarações do ex-ministro, a corporação
afirma que o ex-juiz ‘confunde, de forma deliberada, as funções da PF’.
“O papel da corporação não é produzir espetáculos. O dever da
Polícia é conduzir investigações, desconectadas de interesses
político-partidários”, escreve a corporação. “Moro desconhece a Polícia Federal
e negou conhecê-la quando teve a chance. Enquanto Ministro da Justiça não
participou dos principais debates que envolviam assuntos de interesse da PF e
de seus servidores.”
Moro mente quando diz que “hoje não tem ninguém no Brasil
sendo investigado e preso por grande corrupção”. A Polícia Federal efetuou mais
de mil prisões, apenas por crimes de corrupção, nos últimos três anos.
Neste mesmo período, a PF realizou 1.728 operações contra
esse tipo de crime. Somente em 2020, foram deflagradas 654 ações – maior índice
dos últimos quatro anos.
Moro também faz ilações ao afirmar que “esse é o resultado de
quantos superintendentes eles afastaram e que estavam fazendo o trabalho
deles”.
O ex-ministro não aponta qual fato ou crime tenha
conhecimento e que a PF estaria se omitindo a investigar. Tampouco qual
inquérito policial em andamento tenha sido alvo de ingerência política ou da
administração.
Vale ressaltar que a Polícia Federal vai muito além da
repressão aos crimes de corrupção. Em 2021, bateu recorde de operações. No
total, foram quase dez mil ações, aumento de 34% em relação ao ano anterior.
O ex-juiz confunde, de forma deliberada, as funções da PF. O
papel da corporação não é produzir espetáculos. O dever da Polícia é conduzir
investigações, desconectadas de interesses político-partidários.
Moro desconhece a Polícia Federal e negou conhecê-la quando
teve a chance. Enquanto Ministro da Justiça não participou dos principais
debates que envolviam assuntos de interesse da PF e de seus servidores.
Com o intuito de preservar a imagem de umas das mais
respeitadas e confiáveis instituições brasileiras, a Polícia Federal repudia a
afirmação feita pelo pré-candidato Moro de que a corporação não tem autonomia.
Por fim, a PF – instituição de Estado – mantém-se firme no
combate ao crime organizado, à corrupção e não deve ser usada como trampolim
para projetos eleitorais.