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 Partidos que devem fazer parte da coligação do presidente elegeram menos prefeitos e deputados federais do que as siglas que estavam ao lado do tucano, em 1998, e da petista, em 2014

Arthur Lira, Bolsonaro e Ciro Nogueira: aliança com o Centrão ampliou escopo,mas números ainda são inferiores aos de antecessores Foto: Marcos Correa / Agência O Globo

SÃO PAULO — Mesmo com a adesão ao Centrão impulsionando o arco de alianças para a reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) terá pela frente um cenário mais adverso na tentativa de alastrar a campanha pelo país, na comparação com os antecessores que buscaram renovar o mandato presidencial. Levantamento do GLOBO mostra que os partidos que devem fazer parte da coligação do titular do Palácio do Planalto elegeram menos prefeitos e deputados federais do que as siglas que estavam ao lado de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1998, e Dilma Rousseff (PT), em 2014.

No paralelo com Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2006, o patamar na Câmara é semelhante, e o volume de municípios que têm à frente um integrante de legenda aliada é bastante superior. Um ponto, no entanto, torna esta análise imprecisa: em 2006, valia a regra da verticalização, em que as alianças nacionais tinham que ser reproduzidas fielmente nos estados, o que inibia os acordos.

Levando-se em consideração o resultado das urnas em 2020, o bloco de apoio a Bolsonaro tem 1.444 prefeitos. Quando FH se candidatou a mais quatro anos — sendo eleito em primeiro turno —, a coligação englobava 2.960 chefes de executivos municipais. Já em 2014, ano em que Dilma superou o tucano Aécio Neves no segundo turno, as legendas do grupo estavam representadas em 2.930 prefeituras. Lula, por sua vez, contava formalmente com 421 prefeitos. Analistas destacam que lideranças locais exercem papel importante por darem capilaridade às campanhas, amplificando as mensagens e o potencial de votos dos candidatos.

Há outros fatores que podem ser acrescidos à desvantagem matemática. Como O GLOBO mostrou, existem prefeitos e parlamentares de siglas alinhadas ao Planalto que vão apoiar Lula, principal adversário de Bolsonaro. Em Nova Iguaçu, por exemplo, quarto maior colégio eleitoral do Rio, o prefeito Rogério Lisboa (PP) disse que fará campanha para o petista — o PP, a despeito de comandar a Casa Civil, posto-chave do governo, liberou as lideranças locais a se posicionarem como bem entenderem. As defecções ocorrem também no Nordeste, região em que o desempenho de Bolsonaro está abaixo de sua média nacional. O deputado federal Eduardo da Fonte, presidente do PP em Pernambuco, também já anunciou que estará com Lula. 




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