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 Até 2018, a matéria ocupava de 22 a 30 horas-aula. De lá para cá, o ensino foi sendo gradualmente reduzido até sumir de vez do currículo em 2022.

Por Jornal Nacional

MP recomenda à PRF que retome o ensino de Direitos Humanos nos cursos de formação dos policiais

O Ministério Público Federal recomendou à Polícia Rodoviária Federal que retome o ensino de direitos humanos nos cursos de formação dos policiais.

O Ministério Público Federal em Goiás abriu a investigação depois de receber uma denúncia anônima. A carta alertava para uma portaria, publicada no último dia 3. O documento extinguia as comissões regionais de direitos humanos, responsáveis por operações contra a exploração sexual e o trabalho escravo nos estados. A portaria é assinada pelo inspetor Silvinei Vasques, diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal.

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A mesma denúncia também mencionava a ausência da disciplina de direitos humanos no curso de formação dos novos policiais. Até 2018, a matéria ocupava de 22 a 30 horas-aula. De lá para cá, o ensino foi sendo gradualmente reduzido até sumir de vez do currículo em 2022.

No dia 13, o Ministério Público Federal pediu explicações ao diretor-geral da PRF. O prazo para a resposta terminaria em junho.

“Ficamos muito preocupados com o teor dessa portaria, porque ela vai na contramão da orientação do que é apregoada mundialmente, inclusive pela ONU, pelas comissões de direitos humanos, no sentido de que a gente deve sempre cumprir o que diz a Constituição Federal e respeitar, tratar com muita dignidade o cidadão brasileiro”, afirma a procuradora da República em Goiás Mariane Mello.

Mas a morte trágica de Genivaldo de Jesus Santos durante uma abordagem no município de Umbaúba, em Sergipe, fez a procuradora da República Mariane Mello se antecipar. Nesta segunda (30), ela encaminhou à direção-geral da PRF uma recomendação para que as comissões regionais e o curso de direitos humanos sejam imediatamente retomados.

“Todos os policiais, sejam eles rodoviários federais ou policiais civis ou militares, são pagos pela sociedade brasileira com a missão primordial de proteger os cidadãos brasileiros. E, principalmente, de realizar abordagem de forma humanizada”, diz Mariane Mello.

A procuradora da República sugere que os policiais que cometerem faltas disciplinares sejam obrigados a participar de cursos de reciclagem sobre protocolos de atendimento e direitos humanos. Ela também quer que o curso de formação de novos policiais inclua técnicas de abordagem a grupos vulneráveis - como transexuais, indígenas e portadores de enfermidades mentais.

 

A direção-geral da Polícia Rodoviária Federal tem prazo de 15 dias para se manifestar sobre a recomendação do Ministério Público Federal.

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