Ao discutir com o ex-presidente do Banco do Brasil em grupo de economistas, Roberto Castello Branco chamou o presidente de "psicopata"
Por-Samuel Pancher
Durante uma discussão em um grupo de economistas, o
ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco afirmou que devolveu seu
celular corporativo à estatal, ao deixar o comando da empresa, com material
que, segundo ele, poderia incriminar o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Castello Branco debatia com Rubem Novaes, ex-presidente do
Banco do Brasil, sobre a elevação do preço dos combustíveis. Novaes então diz
que o colega economista – primeiro presidente da Petrobras na gestão de
Bolsonaro, indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes – ataca a atual
gestão do governo federal.
“Se eu quisesse atacar o Bolsonaro não foi e não é por falta
de oportunidade (sic). Toda vez que ele produz uma crise, com perdas de bilhões
de dólares para seus acionistas, sou insistentemente convidado pela mídia para
dar minha opinião. Não aceito 90% deles [dos convites] e quando falo procuro
evitar ataques”, retruca o ex-presidente da estatal.
A conversa ocorreu em
troca de mensagens ao longo deste sábado (26/6).
“No meu celular
corporativo tinha mensagens e áudios que poderiam incriminá-lo. Fiz questão de
devolver intacto para a Petrobras”, concluiu Castello Branco, sem entrar em
detalhes sobre quais crimes o presidente teria cometido e estariam registrados
no aparelho.
Em outro trecho da discussão, Roberto Castello Branco
classifica Bolsonaro como “psicopata” ao relatar uma teoria conspiratória que
teria sido dita a ele pelo chefe do Executivo federal.
“Já ouvi de seu
presidente psicopata que nos vagões dos trens da Vale, dentro da carga de
minério de ferro vendido para os chineses, ia um monte de ouro”, afirmou o ex-dirigente
da petrolífera. Castello Branco tinha assumido o comando da empresa justamente
depois de trabalhar por 15 anos na Vale, onde foi economista-chefe e diretor de
relações com investidores.
O Metrópoles entrou em contato com Roberto Castello Branco. O
economista afirmou que não iria falar sobre o assunto, mas não negou a
veracidade da conversa. “Se nunca comentei, não vou comentar agora. Até porque
me desfiz das provas”, respondeu ao questionamento da reportagem.
Rubem Novaes também disse que não comentaria a troca de
mensagens, porque ela aconteceu em um grupo fechado, e também não negou a
autenticidade da discussão.