Por Rafael Moraes Moura
Bolsonaro em seu labirinto | Evaristo Sá/AFPA ministra Maria Claudia Bucchianeri, do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), decidiu nesta segunda-feira (20) rejeitar uma ação apresentada
pelo PL – partido do presidente Jair Bolsonaro – contra o PT.
O PL acionou o TSE sob a alegação de que houve propaganda
eleitoral antecipada a favor do PT no evento "PSol com Lula 2022",
ocorrido em 30 de abril.
A ação foi uma das primeiras a ser ajuizada pelo PL contra o
PT na Justiça Eleitoral, conforme antecipou a coluna.
A conferência "PSOL com Lula" ocorreu em ambiente
fechado e foi transmitida no canal de Lula no YouTube.
Urnas eletrônicas: TSE desmente Bolsonaro e mostra que Forças
Armadas não sugeriram apuração paralela
No evento, que serviu para marcar o apoio da legenda à
candidatura petista, Lula adotou tom de campanha, vestiu o figurino de
candidato e disse que, se for eleito, vai fechar clubes de tiros.
“O Partido Liberal não indicou nem os eventuais responsáveis
pelos atos que ele próprio questionou e nem mesmo o pré-candidato supostamente
beneficiário, limitando-se a apontar, como representado, apenas o Partido dos
Trabalhadores – PT, que não foi o organizador do evento alegadamente irregular
e que não teve qualquer participação na narrativa fática construída na petição
inicial, não se enquadrando, portanto, nem como responsável e nem mesmo como
beneficiário das supostas irregularidades descritas pelo autor”, escreveu a
ministra.
Maria Claudia rejeitou a ação por questões técnicas e
processuais, sem entrar no mérito.
O PL apontou que, em alguns momentos da conferência, o
público entoava o grito de “olê-olê-olá, Lula, Lula”. Um dos líderes do Psol
teria dito no evento: “mais barulho que assim a gente não ganha eleição
nenhuma".
O Psol alegou ao TSE que o evento se deu em ambiente fechado,
“a fim de discutir temas de seu interesse”, com a participação de Lula, e que
não houve pedido explícito de votos na ocasião.
No evento que entrou na mira do PL, Lula acusou Bolsonaro de
se aproveitar da boa fé dos milhões de fiéis do segmento.