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 Entre os principais desejos dos professores estão aplicar aulas interativas, inovadoras e baseadas em projetos

             Mathias BroteroTalita Amaralda CNN

Uma pesquisa do Instituto iungo em parceria com o Núcleo de Novas Arquiteturas Pedagógicas da USP (NAP/USP) obtida com exclusividade pela CNN revela que 97% dos docentes consideram que a escola pública precisa mudar para chegar ao modelo considerado ideal.

O levantamento ouviu 1.500 professores, que indicaram que as alterações precisam acontecer em três pilares principais: organização e metodologia; relações dentro e fora da escola; e no currículo.

Entre os principais desejos dos docentes estão aplicar aulas interativas, inovadoras e baseadas em projetos, técnica chamada “metodologia ativa”.

O pesquisador Ulisses Araújo explica que, neste modelo, “coisas do mundo e da sociedade” são problematizadas, fomentando diálogo e quebrando o tradicional modo de professor escrever e aluno copiar.

Cleonice de Barros, professora da rede pública há 23 anos, avalia que é necessário achar maneiras mais criativas para dar aula, visto que o perfil dos alunos se altera constantemente.

Outros docentes acreditam em relações mais democráticas e inclusivas entre sociedade, famílias e Estado, e esperam que isso aconteça de forma mais segura e autônoma nas escolas.

“Mais do que o salário, mais do que a formação, a gente precisa de um cuidado”, observa Gisele Malta Martins, professora-coordenadora da área de linguagens em uma escola pública.

A estrutura da escola pública pode ser renovada, por exemplo, por meio da grade curricular. A pesquisa mostra que os docentes desejam que os alunos tenham acesso a mais conteúdos interdisciplinares, que levam em conta demandas da família, da comunidade e do trabalho.

Outro ponto defendido é a formação continuada: “Muitas vezes as secretarias de educação propõem programas, mas não garantem as condições de tempo, estrutura para esse professor vivenciar essa formação. Há também, muitas vezes, formações que não realmente dialogam com as demandas da escola”, diz Paulo Andrade, diretor do Instituto iungo.

A partir de 2022, escolas públicas e particulares passam a adotar o Novo Ensino Médio. Com a mudança, o modelo de aprendizagem com base em disciplinas será substituído por áreas de conhecimento, o que foi apreciado por alguns docentes. Também será possível fazer uma especialização técnica.
83% dos docentes da rede pública querem continuar lecionando

Outra parte da pesquisa do instituto iungo com a USP obtida com exclusividade pela CNN mostra que a educação ocupa um lugar central nos projetos de vida de 8 em cada 10 professores da rede pública no Brasil.

Os resultados do levantamento mostram que 83% dos docentes pretendem seguir atuando em sala de aula, e que seus planos se resumem a três temas principais: busca por excelência e qualidade na educação (presente em 88% das respostas); adoção de ética profissional e pessoal (56%); e o compromisso com a educação e profissão (100%).

Ainda, 50% querem impactar positivamente a vida dos estudantes e comunidade, enquanto 30% querem cuidar e responsabilizar-se por suas famílias, pensando na dimensão ética que isso comporta.
 Com

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