Cotado para vice de Bolsonaro, não é a primeira vez que general faz supostas ameaças à democracia
Deputados do PT acionaram ontem (4) o Ministério Público do
Distrito Federal (MP-DF) contra o general Walter Braga Netto (PL). Os
parlamentares querem que os procuradores investiguem as mais recentes ameaças
do militar ao processo eleitoral. E adotem as medidas penais, cíveis e administrativas
cabíveis.
Na notícia-crime, a bancada do PT pede ao MP-DF que requisite
as imagens e gravações do evento na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro
(Firjan), no mês passado. Na ocasião, de acordo com o jornal O Globo, Braga
Netto disse que, “se não for feita a auditoria dos votos defendida pelo
presidente da República”, não haverá eleição neste ano.
Para os parlamentares petistas, trata-se de “uma ameaça grave
à independência do Poder Judiciário e de se seus integrantes, especialmente da
Corte Eleitoral, bem como um ataque às instituições republicanas e à ordem
democrática nacional”.
Os deputados defendem que Braga Netto responda por incitação
ao crime. “De igual forma, ações da espécie acabam atraindo os radicais
seguidores dos pré-candidatos portadores de discursos de ódio e todos os seus
adeptos que já demonstraram em diversas oportunidades o desprezo pela ordem
democrática, a Constituição Federal e as suas instituições”, diz ainda o
documento.
Candidato linha-dura
Na semana passada, Braga Netto foi exonerado de cargo de
assessor especial da Presidência da República. O ex-ministro da Defesa é cotado
para ser candidato vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL). Não é a primeira vez
que o general é suspeito de ameaçar a democracia.
Em julho do ano passado, ele teria enviado, por meio de um
interlocutor político, “um duro recado” ao presidente da Câmara, Arthur Lira
(PP-AL), com o mesmo conteúdo golpista. De acordo com o jornal O Estado de
S.Paulo, Braga Netto teria dito, “a quem interessasse”, que não haveria
eleições em 2022, se não houvesse voto impresso e auditável.
Dias após a suposta ameaça, a proposta de emenda à
Constituição (PEC) que previa o voto impresso foi derrotada em votação na
Câmara dos Deputados. Braga Netto foi então convocado pelos deputados a
explicar as declarações golpistas, e acabou negando. “Reitero que eu não enviei
ameaça alguma, não me comunico com presidentes dos Poderes por intermédio de
interlocutores.”
Com