Ex-ministro do atual governo disse que o presidente está com "pipi mole total. Haja Viagra do Exército. E não sei se dá conta"
Por-Raphael Veleda
O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub (PMB),
pré-candidato ao governo de São Paulo, fez fortes críticas ao ex-chefe, o
presidente Jair Bolsonaro (PL), por conta da apresentação dele a embaixadores
nesta segunda (18/7), sobre supostas fragilidades no sistema eleitoral
brasileiro.
“O que foi essa reunião com os embaixadores? Para mim, foi um
ensaio do discurso da derrota. Fiquei chocado com o tom, com a forma, com a
substância”, começou Weintraub, em transmissão pelas redes sociais na noite
desta segunda ao lado de aliados como o irmão, Arthur Weintraub, e o editor
Paulo Enéas, ambos ex-apoiadores de Bolsonaro que se afastaram por acharem que
o presidente não é radical o suficiente.
Para o ex-ministro, Bolsonaro repetiu “aquele papo de sempre”
sobre as urnas eletrônicas, mas em um tom derrotista. “Falou que as Forças
Armadas não vão aceitar uma farsa, mas disse que vai acetar resultado nas
urnas, todo esse papo furado”.
“Estava realmente murcho, pedindo, quase por favor: ‘eu sou
democrata, vou respeitar o resultado, mas pô, não é justo’. Muito pipi mole, o
pipizinho dele bem mole”, atacou o ex-ministro Abraham Weintraub, que ainda
chamou o presidente de “impotente” várias vezes. “Pipi mole total. Haja Viagra
do Exército. E não sei se dá conta”.
Os demais participantes da live também criticaram Bolsonaro:
“O que ele fez hoje não tem nenhum sentido. Embaixadores não podem se
manifestar sobre questões internas de outros países. Eles vão fazer o que?”,
questionou Paulo Enéas, dono do site Crítica Nacional, que era bolsonarista,
mas rompeu com o presidente.
O que disse o
presidente
A apresentação de Bolsonaro para diplomatas estrangeiros foi
realizada no Palácio da Alvorada no fim da tarde desta segunda. O chefe do
Executivo repetiu argumentos já desmentidos sobre supostas fraudes nas urnas
eletrônicas e insistiu que as eleições deste ano devem ser “limpas” e
“transparentes”, apesar de não apresentar provas que indiquem que o contrário
possa ocorrer.
“Nós queremos,
obviamente, estamos lutando para apresentar uma saída para isso tudo. Nós
queremos confiança e transparência no sistema eleitoral brasileiro”, declarou.
“Nós queremos corrigir falhas. Queremos transparência. Nós queremos democracia
de verdade”, insistiu.
Bolsonaro também voltou a falar que as Forças Armadas foram convidadas pela Justiça Eleitoral a participar da Comissão de Transparência das Eleições instalada pelo TSE e reclamou que parte das sugestões dos militares não foram aceitas.