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 Orçamento discricionário da federal de Alagoas passou de R$ 165 milhões, em 2019, para R$ 97 milhões, em 2022, uma queda de 41%

Por Bruno Alfano — Rio

Ufal sofre com seguidos cortes de orçamento, diz reitor foto Divulgação

Seguidos cortes nos orçamentos da União no ensino superior público deixaram a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) em dívidas com fornecedores de água e luz, com menos segurança e limpeza, alerta o reitor da instituição, Josealdo Tonholo. Segundo ele, o aperto financeiro tem impacto no rendimento dos alunos e nas taxas de evasão da universidade.


Ao voltar ao presencial após situação mais amena da pandemia, tivemos corte de 30% de colaboradores no contrato de limpeza. Isso é um prejuízo muito grande. Não temos mais de onde cortar. A situação está muito difícil — afirma Tonholo.

De acordo com o reitor, a Ufal teve, em 2019, um orçamento discricionário de R$165 milhões. Neste ano de 2022, esse valor caiu caiu para R$ 104 milhões. Depois dos cortes de junho, esse valor foi para R$ 97 milhões. Isso representa uma queda de 41% em apenas três anos.

 Esse orçamento é absolutamente insuficiente para honrar com os compromissos continuados que a Ufal tem, como as contas de água, energia elétrica, limpeza, segurança e manutenção. Já estamos com débito nas contas de água, energia elétrica, mas isso está garantindo que outras ações continuem funcionando, como por exemplo as ações acadêmicas, já que não podemos interromper bolsas, entre outras ações que são fundamentais para o nosso alunado — afirmou o reitor.

Na última segunda-feira, uma reportagem de O GLOBO mostrou que 17 universidades têm risco de interromper suas atividades por conta dos cortes e que Ufal ainda sofre com estragos de uma tempestade que atingiu Maceió em maio, já que não há dinheiro para o conserto de telhados, infiltrações, paredes mofadas e salas interditadas.

A Universidade Federal de Alagoas está sendo extremamente prejudicada com o orçamento da União dos últimos anos. Tivemos uma expansão significativa por conta do programa Reune, nos anos de 2006 a 2010. Hoje temos uma infraestrutura cinco vezes maior do que tinha em 2006, estamos em oito cidades e o número de estudantes atualmente é seis vezes maior que naquela época, mas o orçamento vem sendo reduzido a cada ano — afirma o reitor.

Segundo Tonholo, a instituição já precisou fazer um "corte brutal" na segurança, o que deixa a universidade mais vulnerável, e nas equipes de limpeza.

A expectativa é encerrar o ano de 2022 com uma dívida instituída da ordem de R$ 20 milhões. Esse é o custo para não parar, nem fechar a Universidade. Isso está trazendo prejuízos acadêmicos e de infraestrutura e na qualidade do trabalho dos nossos servidores e terceirizados. A gente sente isso diretamente no aproveitamento dos estudantes e na evasão que está acontecendo por falta de infraestrutura — disse.

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