Se dependesse dos seus conselheiros políticos, Bolsonaro
faltaria à entrevista ao Jornal Nacional nesta segunda-feira (22/8). Serão 40
minutos ao vivo, e ele recusou-se a ser treinado para responder às previsíveis
perguntas embaraçosas que lhe serão feitas.
Bolsonaro confirmou presença. Há quatro anos, candidato a
presidente, ele enfrentou William Bonner e Renata Vasconcelos, apresentadores
do telejornal, e saiu-se bem para surpresa de todos. Mas à época era um franco atirador
e nada tinha a perder.
Não imaginava que poderia ser eleito. Lançou-se a presidente
só para ajudar a carreira política dos três filhos zero – um, candidato a
deputado federal; outro a senador, e o do meio, vereador, que pretendia se
reeleger dois anos depois. Deu tudo certo.
Desta vez, terá que explicar o que fez e o que deixou de
fazer para merecer um segundo mandato. A posição de incumbente é sempre
desconfortável. O que fez não passa de obrigação. O que não fez é motivo de
cobrança. O saldo do seu governo é muito ruim.
Por isso, se desse ouvidos aos conselheiros, também não
participaria do primeiro debate entre os candidatos a presidente marcado para
domingo (28/8) nos estúdios da Rede Bandeirantes de Televisão, em São Paulo.
Lula confirmou presença.
Bolsonaro sugeriu que
irá, mas oficialmente não confirmou:
“Eu pretendo ir, até porque tenho muita coisa a apresentar.
Não vou ficar preso a uma agenda onde alguém vai me atacar de forma gratuita e
eu ficar respondendo ataques gratuitos. Eu vou responder com o que fizemos e
fazer comparações com governos anteriores”.
Se ele não for, Lula dificilmente irá. Sozinho, Lula viraria
saco de pancada dos demais candidatos. Nada teria a ganhar com isso. Se
Bolsonaro for, Lula terá em quem bater. Então, debate que é bom poderá ficar
para o segundo turno. Se houver segundo turno.
Nesta quarta-feira, o Jornal Nacional entrevistará Ciro Gomes (PDT), na quinta, Lula e na sexta Simone Tebet (MDB).