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 Sindicato emitiu nota de esclarecimento sobre autoria do sistema e anunciou ato virtual nesta terça em protesto sobre lentidão do governo

Por-Ana Flávia Castro
Os servidores do Banco Central (BC) divulgaram nota de repúdio, nesta terça-feira (23/8), sobre o “uso eleitoral do Pix por certos grupos políticos”. Em comunicado, o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) reforçou que o sistema foi criado e implementado por servidores de Estado, e “não pelo atual governante ou por qualquer outro governo”.

A nota foi divulgada após o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmar, durante sabatina no Jornal Nacional de segunda-feira (22/8), que “criou o Pix tirando dinheiro de banqueiros”.

Ao contestar a informação, a entidade sindical afirmou que o atual governo criou “muitos obstáculos, tanto contra a implementação do Pix pelo BC quanto contra outros projetos da autarquia”.

“Primeiramente, é importante ressaltar que o início do projeto do Pix é bem anterior ao mandato do atual presidente da República. A portaria do Banco Central n. 97.909, que instituiu o grupo de trabalho para desenvolver uma ferramenta interbancária de pagamento instantâneo, foi publicada em 3 de maio de 2018, muito antes da eleição do atual governo”, declarou a entidade sindical.


O Sinal ressalta ainda que “muitos governantes, no passado, já atuaram contra a autonomia técnica do BC ou tentaram tirar proveito eleitoral indevidamente. Isso não é nenhuma novidade”, porém, a atual gestão de Bolsonaro teria “imposto obstáculos” ao funcionamento do órgão.

Entre eles, a entidade lista a redução do orçamento do Banco Central ano a ano, desde 2019; e ameaças de cortes de salários, bem como reduções nas jornadas de trabalho, “o que teria retardado a implementação do Pix em muitos meses”, segundo a entidade sindical.

Banco Central do BrasilIgo Estrela/Metrópoles

Daniel Ferreira/Metrópoles

Segundo o Banco Central, a questão da segurança das transações feitas pelo Pix fica sob responsabilidade das próprias instituições, que podem e devem usar os mesmos critérios de segurança dos seus aplicativos utilizando medidas de proteção, como valor máximo de transferência única, limite de transações diárias, dupla confirmação de identidade e chaves de acesso biométricasFelipe Menezes/Metrópoles
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Paralisação de duas horas

Os servidores do Banco Central realizarão, nesta terça-feira (23/8), um ato virtual nacional em protesto contra a lentidão do governo federal em enviar a Medida Provisória que regulamenta a reestruturação de carreira do BC para o Congresso Nacional. A expectativa do Sinal é a adesão majoritária dos servidores ao movimento.

Os funcionários cobram uma reunião com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, com objetivo de “resolver a reestruturação de carreira uma vez por todas”.

“Como é só um alerta inicial, hoje não haverá ainda paralisação de nenhum serviço do BC. Porém, se a enrolação do Governo Federal continuar, os servidores do BC poderão entrar em setembro em operação diferenciada, dificultando alguns processos de trabalho do BC (as características dessa Operação ainda não podem ser divulgadas por nós)”, afirma a nota.

Os servidores do BC aprovaram em julho o encerramento de greve com duração de cerca de quatro meses. O ato desta terça é com objetivo de incentivar o andamento das demandas solicitadas durante a paralisação.
 Com

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