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Por-Jeniffer Gularte, Camila Zarur, Daniel Gullino, Bruno Abbud e Aguirre Talento — Brasília

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que participam do evento de comemoração do 7 de Setembro em Brasília exibiram faixas com mensagens de ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e pedidos de intervenção militar.

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Um dos cartazes colocados em uma das arquibancadas na Esplanada dos Ministérios dizia, por exemplo, "intervenção no STF". Outras faixa solicitava que o presidente Jair Bolsonaro acione as Forças Armadas para "colocar ordem nesse país".

Outros manifestantes também solicitaram que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSDB-MG), aceitasse os pedidos de impeachment apresentados contra ministros do STF. O próprio Bolsonaro havia protocolado um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes em agosto do ano passado, mas foi rejeitado por Pacheco, que não viu nenhum elemento de crime de responsabilidade.

A reportagem do GLOBO identificou ao menos oito faixas com esses pedidos em tom antidemocrático.

Em um determinado momento, manifestantes abriram uma faixa no meio do público no qual pediam uma intervenção militar, mas foram criticados por outros participantes do ato. Aos gritos, pediram que a faixa fosse recolhida, o que acabou ocorrendo.

A possibilidade de que o evento do 7 de Setembro resultasse em atos antidemocráticos chegou a motivar o ministro Alexandre de Moraes a determinar uma operação de busca e apreensão, no mês passado, contra oito empresários bolsonaristas que seriam suspeitos de financiar esses atos. A ação acirrou o clima com o presidente Jair Bolsonaro, que passou a fazer críticas à operação e defender publicamente os empresários.

No ano passado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) identificou que manifestantes pretendiam fechar estradas para pedir a deposição e o impeachment de ministros do STF, por isso deflagrou uma investigação contra os líderes do movimento. Na ocasião, o líder caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, o Zé Trovão, teve a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, mas fugiu para o México.

Em 2020, Bolsonaro participou de um evento de comemoração ao dia do Exército, em 19 de abril, também marcado por ataques às instituições. Por isso, a PGR pediu a abertura de um inquérito para apurar a organização e o financiamento desses atos antidemocráticos.

Neste ano, entretanto, a PGR não tomou nenhuma medida para apuração de eventuais atos antidemocráticos. Em discurso feito no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o procurador-geral da República Augusto Aras afirmou no mês passado estar "atento a qualquer risco" relacionado ao 7 de Setembro.

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