Carlos Roberto Siqueira Castro, fundador do PDT, afirmou que "se Ciro Gomes tem apreço à sua trajetória política, ele tem que atacar o candidato Jair Bolsonaro"
A ala brizolista do PDT está indignada com os
ataques que o candidato do partido à presidência, Ciro Gomes, tem realizado
contra o ex-presidente Lula (PT), segundo coluna de Mônica Bergamo, na Folha de
S.Paulo, que trouxe o exemplo do advogado Carlos Roberto Siqueira Castro.
Siqueira Castro é um dos fundadores do PDT, uma
figura histórica no partido, e chefiou a Casa Civil no segundo governo de
Leonel Brizola (1991 -1994) no Rio de Janeiro. Ele disse estar "muito
incomodado" com os ataques de Ciro. Segundo ele, a legenda está "numa
encruzilhada", e defende apoio à candidatura do opositor petista.
"Acho muito injusto o que Ciro Gomes está
fazendo com o Lula. São críticas muito despropositadas e injustas, que divergem
do atual momento de polarização eleitoral que estamos vivendo", destacou
Siqueira Castro.
"Se Ciro Gomes tem apreço à sua trajetória
política, que ele proclama ser de centro esquerda, ele tem que atacar o
candidato Jair Bolsonaro", afirmou o advogado, que descreveu o atual
presidente como "um fascistóide completo, desqualificado e ignorante, que
está dividindo o país e levando o Brasil para uma ruptura física com discurso
de ódio e golpista".
De acordo com o fundador do PDT, o seu incômodo com
os ataques de Ciro a Lula se estende para a ala brizolista do partido.
"Tem muita gente insatisfeita e indignada", disse, cobrando ainda uma
autocrítica da direção do partido. O advogado declarou ter “muito respeito”
pelo presidente da sigla, Carlos Lupi, mas defendeu que a direção nacional do
partido "tem que fazer uma reflexão muito aguda" sobre as eleições.
"O PDT está numa encruzilhada histórica e tem um compromisso de apoiar o presidente Lula neste momento. Nós temos que trabalhar com voto útil", finalizou.
Vale destacar que, diante da tomada do PDT por Ciro
Gomes, um setor importante do brizolismo saiu do partido para ingressar no PT.
Os ataques de Ciro contra Lula têm feito com que o
candidato pedetista fosse considerado “linha auxiliar” do bolsonarismo. Segundo
pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira, 9, o número de eleitores de
Ciro que têm Bolsonaro como segunda opção de voto disparou: eram 24% no
Datafolha de 1º de setembro e, agora, são 30%.
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