Avaliação é de que censura pedida por Flávio Bolsonaro à matéria sobre imóveis será derrubada pelo STF, o que jogará mais luz sobre o tema (Igor Gadelha)
Auxiliares e aliados de Jair Bolsonaro criticaram duramente,
nos bastidores, a iniciativa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) de pedir à
Justiça para censurar duas reportagens do portal Uol que revelaram a suposta
compra de imóveis com dinheiro vivo por membros da família do presidente.
A avaliação é de que a censura solicitada por Flávio – e
acatada pela Justiça do Distrito Federal – acabará sendo um “tiro no pé”. Para
assessores presidenciais e integrantes da campanha à reeleição de Jair
Bolsonaro, a iniciativa do filho do presidente jogará ainda mais holofotes
sobre o assunto.
O entorno de Bolsonaro também aposta que a decisão
monocrática do desembargador Demétrius Gomes Cavalcanti, do Tribunal de Justiça
do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), será anulada pelo STF. “E aí o assunto
vai voltar com mais força”, afirmou à coluna um aliado do presidente.
Segundo a reportagem do Uol, desde a década de 1990 até hoje, 107 imóveis foram negociados por Bolsonaro e por cinco irmãos, três filhos, a mãe e duas ex-mulheres do presidente. Desse total, 51 deles teriam sido comprados por meio de transações que envolveram dinheiro vivo.