O deputado de extrema-direita Janaina Pascola (PRTB) voltou a
reclamar da falta de apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL) nestas eleições. A
deputada tenta ser eleita senadora por São Paulo. Segundo ela, o ex-capitão não
a escolheu para compor sua lousa por causa de sua ‘transparência’ e de um
‘pacto de silêncio’ que exige bolsonarismo. As declarações foram dadas em
entrevista ao canal BandNews TV na segunda-feira, dia 12.
“Vejo que meu perfil seria o mais adequado para ter o apoio
do presidente. Qual é o problema? Sou uma pessoa transparente, independente,
não sou subserviente, quando preciso criticar critico, quando tenho que
concordar concordo”, disse. “Mas infelizmente hoje o bolsonarismo ficou muito
parecido com petismo que naquela época eu lutei. Não só pelo autoritarismo,
pelo totalitarismo, por todos os desvios que foram comprovados no processo de impeachment,
na Lava Jato, mas o bolsonarismo tem a exigência de que as pessoas tenham que
aderir ao pacote fechado”.
Em terceiro lugar nas pesquisas eleitorais, está longe da
principal disputa entre Márcio França (PSB) e Marcos Pontes (PL). No último
levantamento no estado, do instituto Ipespe, o ex-governador abriu uma vantagem
de 13 pontos sobre o ex-ministro bolsonarista. Em relação a Janaina, a
diferença sobe para 20 pontos percentuais. Ao todo, a França tem 28% das
intenções de voto, Pontes 15% e Janaina 8%.
Na conversa com o canal, Janaina também criticou os ataques
às urnas eletrônicas realizados por Bolsonaro e seus ex-aliados. Segundo ela,
não seria ‘o momento’ de questionar o sistema. Apesar da divergência, ela
defende o ‘direito’ de Bolsonaro de tratar do assunto. “Acho que não é mais
hora de questionar as urnas, porque estamos no meio do processo eleitoral. Mas
não vejo críticas como ataques, entendo que vivemos em uma democracia e as
pessoas têm o direito de ter sua opinião, de expressar sua opinião”.
Também em oposição a Bolsonaro, a deputada sinalizou que
acreditava na vitória de Lula (PT) e justificou que sua análise se baseia no
que mostram as pesquisas eleitorais.
“Temos, hoje, dois candidatos que estão em situação mais confortável,
disputando a presidência da República. O ex-presidente Lula está à frente nas
pesquisas, então não estou defendendo A ou B, Estou apenas sendo realista de
acordo com o que é apresentado“, destaca. “Então, em uma situação em que o
ex-presidente Lula seja eleito, acho que minha presença no Senado seria
fundamental”.