Candidato ao Senado continuou a reproduzir propaganda com imagem de trompetista que não autorizou a veiculação
Sergio Moro (União Brasil), candidato ao Senado pelo Paraná,
ex-juiz e ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), foi condenado a pagar R$ 10 mil
em multa por ter ignorado uma decisão que determinou a suspensão de uma de suas
propagandas eleitorais. A determinação foi feita pela 6ª Vara Cível do Tribunal
de Justiça do Paraná nesta segunda-feira (13/9), segundo a Folha de S.Paulo.
Cabe recurso à multa.
A peça em questão mostra o trompetista Reinaldo Soares Neto,
que se apresenta nas ruas de Curitiba, sem a sua autorização. O músico é
apoiador de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e se diz contra as posições de Moro.
Em 2017, Sergio Moro condenou o ex-presidente Lula a 9 anos e
6 meses de prisão por crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro. A
sentença, no entanto, foi posteriormente anulada pelo STF, e Moro foi acusado
de agir com parcialidade no julgamento. Como consequência,teve todos os atos do
processo anulados e Lula se tornou elegívelReprodução
Desde então, a relação entre Sergio Moro e Bolsonaro azedou.
Após deixar o governo, o ex-juiz passou a advogar e a atuar como consultor para
empresas privadasAndre Borges/Esp. Metrópoles
No decorrer da carreira, Moro ganhou inúmeros prêmios no
Brasil e no exterior. Um deles foi o da revista Time, que o considerou uma das
cem pessoas mais influentes do mundo. A Bloomberg o considerou o 10º líder mais
influente do planeta e, em 2019, o jornal britânico Financial Times o elegeu
uma das 50 pessoas de destaque do mundoFábio Vieira/Metrópoles
Sergio Fernando Moro, nascido em 1972, é ex-juiz, ex-ministro
da Justiça, ex-professor, advogado e político brasileiro. Natural de Maringá,
no Paraná, Moro foi lançado como pré-candidato à Presidência da República pelo
partido PodemosRafaela Felicciano/Metrópoles
Ele afirma que passou a receber olhares de “desconfiança por
donos de bares onde era chamado para tocar” e chegou a ser questionado “se
trocou suas convicções por um cachê”.
Apesar da decisão que determina a suspensão da propaganda
seja de junho, até o dia 5 deste mês ela ainda estava disponível em sua conta
no Facebook. A defesa de Neto diz que o vídeo permaneceu no ar irregularmente
por 58 dias.
A juíza determinou uma multa de R$ 1 mil por dia em que a
peça ficasse no ar, mas considerou ser necessário limitar o valor após Neto
requerer uma indenização de R$ 58 mil. A defesa de Moro questiona o valor, uma
vez que o trompetista aparece por dois segundos nas imagens.