Maurício Demétrio, preso desde maio de 2021, pergunta onde 'será a comemoração' após o assassinato da vereadora
Foto: Mais Goiás
O Ministério Público do Rio de Janeiro encontrou em um dos 12 celulares do delegado Maurício Demétrio, preso no ano passado por negociar propina para interferir em investigações, mensagens dele zombando do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL).
A notícia veio à tona após a prisão do ex-secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Allan Turnowski, na última sexta-feira, 9, por organização criminosa, corrupção e envolvimento com o jogo do bicho, em uma operação do MP e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).
De acordo com o Fantástico, da Rede Globo, o MP apontou que Turnowski tinha uma relação muito próxima com Demétrio. Entre as 23.133 mensagens de texto e áudio, aparece o nome do sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa, que está preso acusado de matar Marielle e o motorista Anderson Gomes.
Nas mensagens trocadas pelos dois, Demétrio afirmou: “Gente, o enterro da vereadora será no Caju. Mas a comemoração alguém sabe onde será?”.
A parlamentar foi morta a tiros na noite de 14 de março de 2018, após ter concluído um debate na Casa das Pretas, no centro do Rio. Conforme as investigações, o carro era dirigido pelo ex-policial militar Élcio de Queiroz, e os tiros teriam sido disparados por Lessa.
Em entrevista ao Fantástico, a irmã de Marielle, Anielle Franco, afirma ser inadmissível a fala do delegado a respeito do assassinato.
“Ele foi o secretário [Allan Turnowski] que mudou o delegado do caso [Marielle]. Eu acho que isso a gente tem que frisar muito bem. Mas é inadmissível qualquer pessoa que tenha passado por um cargo como o do Allan, ou qualquer pessoa próxima a ele, qualquer delegado zombar de uma mina preta que é assassinada com cinco tiros na cabeça e três no corpo”, finalizou.