"Conhecereis a verdade e ela vos libertará". (João, 8:32) (Por-Ricardo Noblat)
Há quatro anos, em entrevista à Folha de S. Paulo sobre a evolução do seu patrimônio, Bolsonaro negou que usasse dinheiro vivo em transações. Foi quando disse:
“Levar em dinheiro e pagar? Geralmente é DOC. Levar em dinheiro não é o caso. Pode ser roubado. Tira do banco direto e manda para lá. Eu não guardo dinheiro no colchão em casa”.
Aproveitou para ironizar a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que havia declarado na eleição de 2014 possuir R$ 152 mil em espécie:
“Eu não guardo dinheiro no colchão em casa. Tem muita gente que declara. Até a Dilma disse que declarava uns cento e pouco mil dentro de casa. Eu nunca declarei isso aí.”
Reportagem do UOL mostra que, desde os anos 1990 até os dias atuais, Bolsonaro, irmãos e filhos compraram 107 imóveis, pelo menos 51 com dinheiro vivo; algo como R$ 13,5 milhões.
E o que ele disse a respeito? Disse:
“Qual é o problema de comprar com dinheiro vivo algum imóvel?
Você se sentiria seguro em guardar tanto dinheiro em casa? Ou em sair com muito dinheiro para ir pagar um imóvel que comprou? Não seria mais seguro fazer uma transferência bancária?
Por que guardar tanto dinheiro em espécie se, aplicado em banco, ele poderia render? Só se for para esconder a origem do dinheiro. E por que escondê-la? Não foi dinheiro ganho licitamente?
A família rachadinha deveria se explicar. Pagar algo em dinheiro vivo, mesmo que custe caro, não é crime, mas suspeito é.