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 O diário classifica Bolsonaro como "um líder imprudente e incompetente", que continua "sendo uma ameaça à democracia e ao planeta"

(Foto: Ricardo Stuckert | Reprodução)

Em editorial publicado nesta terça-feira (13), o jornal britânico The Guardian defendeu a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder na disputa das eleições de 2022 para o cargo máximo do país contra o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição.

"Há quatro anos, muitos brasileiros encaravam a perspectiva de uma vitória do candidato presidencial de extrema-direita Jair Bolsonaro primeiro com incredulidade e depois – com razão – com horror. À medida que as eleições de 2 de outubro se aproximam, o medo de que ele permaneça no poder é ainda maior", inicia o texto.

Em seguida, o diário classifica Bolsonaro como "um líder imprudente e incompetente", que continua "sendo uma ameaça à democracia e ao planeta", citando a incitação à destruição da floresta amazônica por parte de seus apoiadores.

Bolsonaro volta a adotar tom de ameaça e diz a apoiadores: "esperem acabar as eleições"

"O perigo é que Bolsonaro considere a votação real como uma irrelevância. Cerca de um milhão de cidadãos – incluindo figuras importantes dos negócios, da política, da ciência e das artes – assinaram um manifesto alertando que a democracia enfrenta 'imenso perigo'", diz o editorial, aludindo à carta da Universidade de São Paulo (USP).

 A publicação aponta algumas medidas econômicas tomadas pelo governo Bolsonaro ante o resultado das pesquisas, como os cortes abruptos dos impostos sobre combustíveis, os programas sociais para famílias pobres e o cortejo a igrejas evangélicas.

As ações são tomadas, segundo o Guardian, "enquanto [Bolsonaro] difama seu rival esquerdista essencialmente pragmático – que foi preso por corrupção, mas depois viu suas condenações anuladas – como um ideólogo enlouquecido".

 O diário britânico cita o desemprego, a inflação de dois dígitos, as mais de 684 mil mortes por Covid-19 enquanto o presidente zombava de máscaras e de vacinas, além da compra de imóveis pelo clã Bolsonaro, sendo 51 de 107 em dinheiro vivo, e indica que as medidas são vistas com cinismo pelos eleitores devido a essas questões apontadas.

O apoio das Forças Armadas e o receio de que Bolsonaro aja tal como Donald Trump durante a invasão do Capitólio, incitando seus seguidores para medidas violentas, também são indicados como fatores que causam preocupação.

As mortes do dirigente do PT, Marcelo Arruda, e de outro defensor do partido (ambas perpetradas por apoiadores do atual presidente) também são elencadas.

"Uma vitória clara e definitiva de Lula, idealmente no primeiro turno, mas mais provável no segundo turno, é o melhor resultado para a democracia brasileira e para o planeta. Outros países devem deixar claro que não tolerarão qualquer tentativa de Bolsonaro de trapacear, intimidar ou ameaçar seu caminho para um segundo mandato", conclui o texto.

 Com

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