Pela primeira vez em Brasília desde as eleições, o presidente eleito foi ao CCBB, sede do governo de transição
Por Jennifer Gularte, Alice Cravo, Paula Ferreira e Manoel Ventura — Brasília
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chorou ao
lembrar da sua segunda reeleição para o cargo durante uma reunião com
parlamentares da base nesta quinta-feira, na sede do governo de transição,
instalado no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
Em sua primeira reunião com parlamentares depois de eleito,
Lula afirmou, com uma voz bem rouca, que teria cumprido a “missão” de sua vida
se ao final do novo mandato a população mais pobre estivesse fazendo três
refeições por dia.
Se até o final do
governo as pessoas mais pobres tiverem fazendo três refeições terei cumprido a
missão da minha vida.
O petista chegou à Brasília na terça-feira para cumprir uma
série de agendas e encontrar presidentes de Poderes. É a primeira vez que Lula
vem à capital federal depois das eleições.
Nesta quarta-feira, Lula teve reuniões com todos os chefes de
Poder da República. O petista se reuniu com o presidente da Câmara, Arthur Lira
(PP); do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD); com ministros do Judiciário; com Rosa
Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF); e com o presidente do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.
Lula chegou em Brasília na noite desta terça-feira para
cumprir suas primeiras agendas oficiais como presidente eleito. No mesmo dia,
ele se reuniu a portas fechadas com Alckmin, Gleisi e Mercadante para deliberar
sobre a melhor estratégia para que o futuro governo consiga abrir espaço no
orçamento de 2023 para arcar com parte das promessas de campanha do petista.
Janja no CCBB
Ontem foi a vez da futura primeira-dama, Rosângela Silva, a
Janta, visitar as instalações do governo de transição. A socióloga foi escalada
para coordenar o grupo que ficará responsável pela organização da posse, em 1º
de janeiro.
Janja passou a tarde no CCBB realizando reuniões internas,
mas sem cumprir uma agenda específica. Questionada sobre os preparativos pra
posse, disse que "está trabalhando".
Além da coordenação de posse, a transição será apoiada em
três coordenações principais: Administrativa e Jurídica, sob comando do
ex-deputado Floriano Pesaro (PSB), homem de confiança do vice-presidente eleito
Geraldo Alckmin; Relações Institucionais, comandada pela presidente do PT,
Gleisi Hoffmann; e Programa de Governo e Núcleos Temáticos, que ficará com
Aloizio Mercadante. Alckmin, por sua vez, é responsável pela coordenação geral
da transição.
Todos esses grupos de trabalho terão salas reservadas, que
ficarão no mesmo andar de onde despacharão Lula e Alckmin. Os espaços já estão
preparados para receber o presidente e vice eleitos, com mobília e equipamentos
de informática. Lula e Alckmin terão banheiro privativo, ficarão lado a lado e
haverá uma porta de ligação entre os gabinetes deles.
Equipe de transição
Para auxiliar Alckmin, atuarão o ex-governador de São Paulo
Márcio França e o prefeito de Recife, João Campos, ambos do PSB. A futura
primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, coordena a organização de posse de
Lula, enquanto a senadora Simone Tebet (MDB), estará à frente da Assistência
Social.
No início da semana, Alckmin também anunciou nomes na área da
economia: André Lara Resende, Pérsio Arida, Nelson Barbosa e Guilherme Mello.
Guilherme Boulos (PSOL) foi alocado na área de Cidades e José Henrique Paim, na
educação.
No início da manhã desta quinta-feira, o senador Randolfe
Rodrigues (Rede-AP) confirmou que foi convidado para fazer parte da coordenação
temática da equipe de transição do governo eleito que ficará responsável pela
área do Desenvolvimento Regional. O parlamentar é o primeiro membro deste time
a ser anunciado.
No início da semana, Alckmin também anunciou nomes na área da
economia: André Lara Resende, Pérsio Arida, Nelson Barbosa e Guilherme Mello.
Guilherme Boulos (PSOL) foi alocado na área de Cidades e José Henrique Paim, na
educação.
Ontem, o senador Humberto Costa (PT-PE) anunciou pelas redes
sociais que integraria a equipe responsável pela área da Saúde junto com o
deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), e os ex-ministros José Gomes
Temporão e Arthur Chioro. O médio David Uip também foi anunciado como
integrante do time, mas recusou o convite. Seu substituto ainda não foi
anunciado.