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 Presidente brasileiro busca retomar protagonismo global; petista deverá ir a Portugal e a países africanos

Presidente Luiz Inácio Lula da SilvaREUTERS/Ueslei Marcelino

Depois de começar seu terceiro mandato visitando Argentina e Uruguai e, na última semana, os Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem viagens ao exterior programadas até agosto. As informações são da âncora da CNN Daniela Lima.

No mês que vem, Lula deverá visitar a China. Segundo apuração do analista da CNN Gustavo Uribe, o Palácio do Planalto avalia fazer uma parada no Oriente Médio antes ou depois da viagem à China.

Daqui a duas semanas, o enviado climático dos EUA, John Kerry, visitará o Brasil para discutir a proteção ambiental.

Em abril, o chefe do Executivo brasileiro visitará Portugal. Em julho, irá à cúpula da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em São Tomé e Príncipe, na África. Dois meses depois, deverá ir ao encontro dos Brics, na África do Sul.

Há também a expectativa de que Lula participe da reunião do G7, que será realizado em maio no Japão. Além disso, o presidente da França, Emmanuel Macron sinalizou que também deseja vir ao Brasil neste ano.

China

Na viagem à China, Lula pretende conversar com o presidente Xi Jinping sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia.

Também há expectativa sobre a discussão de avanços de acordos comerciais e a indicação da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) para o Banco dos Brics.

Também é avaliada uma parada no Oriente Médio. O objetivo seria se reunir com representantes de fundos soberanos para discutir o aporte de recursos financeiros na infraestrutura brasileira.

O governo brasileiro avalia o desembarque do presidente no Kuwait, Arábia Saudita ou Emirados Árabes Unidos.

Ucrânia

Antes do encontro com o presidente dos EUA, Joe Biden, Lula declarou em uma entrevista exclusiva à CNNque se mandasse munições para o conflito entre Rússia e Ucrânia estaria entrando na guerra.

Em sua opinião, a invasão russa foi um equívoco e ela não poderia ter feito isso por fazer parte do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Lógico que ela [a Ucrânia] tem o direito de se defender. Lógico que ela tem o direito de se defender até porque a invasão foi um equívoco da Rússia. Ela não poderia ter feito isso. Afinal de contas, ela faz parte do Conselho de Segurança Nacional. Ou seja, isso não foi discutido no Conselho de Segurança. O que eu quero é dizer o seguinte: olha o que tinha que ser feito de errado já foi feito”, explicou Lula à Christiane Amanpour, da CNN, em Washington.

“Agora é preciso encontrar pessoas para tentar ajudar a consertar. E eu, eu sei que o Brasil não tem muita importância no cenário mundial, nessa lógica perversa dos conflitos do mundo. Mas eu posso te dizer que eu vou me dedicar para ver se encontro um caminho para alguém falar em paz. Eu tive com o primeiro, eu tive com o chanceler alemão esses dias e ele foi no Brasil”, continuou se referindo à visita de Olaf Scholz.

Em 30 de janeiro, Lula expôs que “o Brasil é um país de paz”. “O último contencioso foi na guerra do Paraguai, portanto, o Brasil não quer ter nenhuma participação, mesmo que indireta.”

Diplomacia

Sobre a questão ucraniana, o analista de internacional da CNN Lourival Sant’Anna explica que “o Brasil poderia ajudar a apressar o fim da guerra parando de comprar fertilizantes da Rússia. O Brasil duplicou o comércio com a Rússia ano passado. E, grande parte disso, é de importação de fertilizantes.

“Existem muitos fornecedores de fertilizantes no mundo todo, não tem só a Rússia. O próprio Azerbaijão disse que, em dezembro do ano anterior, ofereceu fertilizantes para o Brasil, que ignorou a oferta, porque queria justificar a ida de [do ex-presidente Jair] Bolsonaro para se encontrar com [o presidente da Rússia, Vladimir] Putin em Moscou.”

“O presidente Macron, que quer se encontrar com Lula, tuitou que teve um excelente encontro na quarta-feira (8) com o chanceler Olaf Scholz [da Alemanha] e com o presidente da Ucrânia, Volodymy Zelensky. E que a base para a paz é o plano de dez pontos de Zelensky, e ele marcou o Lula”, continuou.

Sant’Anna cita que o plano do presidente ucraniano é importante porque o país invadido tem de ser ouvido para se falar de paz, que ninguém tem de lugar de fala além da Ucrânia.

O plano diz que a Rússia tem de retirar suas tropas de todo o território ucraniano; reconhecer formalmente a soberania da Ucrânia; e tem de ser criado um tribunal para julgar os crimes de guerra cometidos para a Rússia.

“Então, é esse tipo de mensagem que o Brasil ouvirá na Europa. Em Portugal, essa será a mensagem. Quando Macron vier aqui, essa será a mensagem. Acho que o presidente Lula tem um longo caminho de aprendizado sobre como uma guerra transforma as pessoas, muda os valores e recoloca as prioridades acima de tudo”, acrescenta Sant’Anna.

Viagens previstas de Lula:

  • Março: China
  • Abril: Portugal
  • Julho: Cúpula da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em São Tomé e Príncipe
  • Agosto: Encontro dos Brics, na África do Sul

( por Douglas Porto)

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