Presidente do Banco Central insiste em uma política lesiva à economia popular e ao desenvolvimento do país
Roberto Campos Neto é entrevistado no Roda Viva (Foto: Nadja Kouchi)
Em entrevista ao programa Roda Viva da TV Cultura de São Paulo, nesta segunda-feira (13), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que não vai alterar a meta de inflação para o próximo biênio, o que sinaliza a manutenção da taxa de juros altíssima, em 13,75% ao ano – uma taxa real de 8% acima da inflação.
“Existem, obviamente, aprimoramentos a se fazer. Estamos estudando desde 2017 com um grupo de diretores, que inclusive nem estão mais participando da Casa, como poderíamos aprimorar o sistema de metas. Não há uma proposta. Existem mais de uma. Mas, em nenhum momento, entendemos que o movimento de aprimoramento do sistema de metas seja um movimento que vise ganhar flexibilidade ou atuar de uma forma diferente".
Ele negou que, em conversa com o presidente Lula, tenha se mostrado favorável a flexibilizar o sistema de metas
"Se mudar a meta, vai ter o efeito contrário. O mercado vai pedir um prêmio de risco maior ainda. O que vai acontecer é o efeito contrário. Em vez de ganhar flexibilidade, vai acabar perdendo flexibilidade. Não existe ganho de credibilidade aumentando a meta", opinou.
O presidente do BC fez ainda pressão sobre o governo por arrocho fiscal. Ele declarou que a melhor forma de viabilizar a queda dos juros é o governo deixar claro para os agentes econômicos sobre a política fiscal e novos mecanismos para equilibrar as contas públicas e reduzir o endividamento público no longo prazo.
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