Ex-primeira-dama é suspeita de depredação, enquanto deputado estadual, vereadora e ex-candidato ao governo podem ter instigado manifestação (Por Daniel Gullino)
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou que quatro
autoridades da Paraíba sejam investigadas pela possível participação nos atos
golpistas do dia 8 de janeiro. A ex-primeira-dama Pâmela Bório (PSC) é suspeita
de participar da depredação de prédios públicos, enquanto o deputado estadual
Wallber Virgolino (PL), a vereadora de João Pessoa Eliza Virgínia (PP) e o
ex-candidato ao governo Nilvan Ferreira (PL) são suspeitos de incitarem a
manifestação.
A manifestação foi feita em uma ação apresentada pelo PSOL ao
Supremo Tribunal Federal (STF). O partido pediu que os quatro fossem investigados
e presos preventivamente, e que suas redes sociais fossem bloqueadas. A PGR
concordou apenas com o pedido de investigação, mas não com as outras
solicitações.
A decisão será do ministro Alexandre de Moraes, relator do
caso. A petição da PGR é assinada pelo subprocurador Carlos Frederico dos
Santos, responsável pelas investigações dos atos do 8 de janeiro.
Pâmela Bório apareceu em vídeos e fotos na Praça dos Três
Poderes, durante a manifestação golpista. De acordo com a PGR, "as fotos
publicadas em rede social evidenciam que a representada acompanhava a turba
durante as invasões aos prédios públicos", mas é preciso investigar se ela
participou da "efetiva destruição dos bens pertencentes ao erário ou se a
representada apenas incitou os atos criminosos".
Pâmela foi casada com o ex-governador Ricardo Coutinho (PT).
Em 2022, concorreu a deputada federal ficou como suplente. Após a repercussão
de sua participação nos atos, ela divulgou nota afirmando que estava realizando
uma "cobertura jornalística".
Wallber Virgolino, Eliza Virgínia e Nilvan Ferreira
publicaram imagens dos golpistas e, de acordo com a PGR, "exaltaram os
atos criminosos". Agora, a ideia é descobrir se há "elementos que
possam comprovar se os representados incitaram a execução dos atos antidemocráticos".
Deputado pode ter quebrado decoro
O PSOL também pediu a investigação do deputado federal Cabo
Gilberto Silva (PL-PB), que publicou mensagens elogiando os atos. A PGR
considerou, no entanto, que "não existem indícios, até o presente momento,
da prática de crime", mas afirmou que pode haver "violação ao decoro
parlamentar". Por isso, foi solicitada o envio da representação ao
Conselho de Ética da Câmara.