Por Matheus Leitão
A ofensiva dos bolsonaristas, comandada pelo próprio Jair
Bolsonaro, de fazer a CPI do 8 de janeiro tem um primeiro objetivo: salvar a
própria pele. O segundo é salvar a pele dos seus assessores diretos, como o
ex-ministro Anderson Torres. E por fim é a última esperança de Bolsonaro contra
Lula.
Eles querem fazer o que sempre fizeram: distorcer os fatos,
atacar a verdade, e construir uma fake news (ou narrativa, para os
especialistas).
Essa seria uma grande fake news: a de que a culpa do atentado
dos bolsonaristas contra as instituições seria do próprio governo Lula que foi
vítima daqueles protestos.
Por isso, o líder da extrema-direita está mobilizando sua
tropa de choque, como a deputada Carla Zambelli, o senador Rogério Marinho, e
os próprios filhos no Congresso que pressionam pela aprovação de uma CPI.
O que os bolsonaristas querem é não fazer só no Senado, e sim
junto com a Câmara. Por isso, seria uma CPMI, mista. Desta forma, eles têm mais
chance de espalhar as mentiras.
Esse terceiro turno de Bolsonaro atrapalha o presidente Lula
que tem uma agenda importante com o Congresso em seu primeiro ano de mandato.
Por outro lado, as investigações dos atos estão complicando
cada vez mais a vida de Anderson Torres e por fim a do próprio Bolsonaro.
Com a CPMI, o ex-presidente ganharia tempo, faria bastante fumaça, espalharia fake news e tentaria salvar a pele – e sua responsabilidade – nesses atos golpistas.