por: Larissa Freitas
imagem: reprodução/internetEm apenas duas semanas de atividades, o programa Coração
Paraibano, rede de cuidados de urgência e emergência cardiológica especializada
em atendimento a pacientes com infarto, já atendeu mais de 100 pessoas, entre
procedimentos de urgência e eletivos realizados nas hemodinâmicas gerenciadas
pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), entre o lançamento, no
dia 10 de março, e esta terça-feira (28).
Segundo o secretário de estado da Saúde, Jhony Bezerra, o
tempo-resposta entre o atendimento, diagnóstico e a realização dos
procedimentos, graças ao protocolo do Coração Paraibano, foi fundamental para a
saúde destas pessoas. “Foram mais de 100 vidas salvas em pouco mais de 15 dias.
Pessoas que até um mês atrás poderiam ter falecido ou ficado com sequelas graves,
por não existir um protocolo direcionado para o atendimento em tempo hábil”,
explica.
Conforme os dados da PB Saúde, só em relação ao número de
cateterismos de urgência realizados pelo Coração Paraibano, foram 34
atendimentos na 2ª Macrorregião de Saúde, 29 na 1ª Macrorregião e sete na 3ª
Macrorregião.
Entre os casos de destaque, está o de Francisco de Assis
Araújo, da cidade de São Mamede, e que foi o primeiro paciente a ser submetido
a uma angioplastia coronária pelo SUS no Sertão paraibano. Francisco, que tem
62 anos, sofreu um infarto na cidade onde mora, e em tempo recorde foi
atendido, transferido para Patos e submetido ao procedimento.
“Eu fui atendido em estado grave e até o mês passado não
existia esse atendimento no Sertão, a gente teria que ser transferido para
outra cidade, mas com a hemodinâmica aqui, eu fui atendido rapidamente e estou
aqui para contar a história de como fui parte deste procedimento pioneiro. A
rapidez na realização foi incrível”, ressaltou.
O sucesso do tempo-resposta dos atendimentos, graças ao
protocolo do Coração Paraibano, impressiona também os profissionais de saúde.
Rayane Torres é médica no Hospital Distrital de Itaporanga, também no Sertão, e
no domingo (26) realizou um atendimento na unidade hospitalar de um paciente
com quadro de dor torácica.
“Foi tudo tão rápido que eu até gravei os horários em que
aconteceram os fatos. Às 13h30 ele deu entrada no hospital, eu iniciei os
protocolos e pedi os exames, que chegaram em 10 minutos. Imediatamente,
solicitei a regulação e ao ser autorizada a transferência para Patos, acionamos
o Samu, que levou o paciente para o Hospital Regional de Patos às 14h40. Quando
foi às 18h, a médica que o atendeu na unidade me informou que ele já tinha
passado pelo procedimento na hemodinâmica. Ou seja, cerca de quatro horas
depois do diagnóstico, o paciente já tinha feito o cateterismo. Foi realmente
emocionante, porque a gente nunca tinha visto tamanha resolutividade em casos
deste tipo. Como profissional, foi muito gratificante poder atender,
diagnosticar e ver o paciente passando pelo procedimento em tão pouco tempo. O
Coração Paraibano está sendo um marco”, concluiu.
Coração Paraibano – O programa conta com uma estrutura de
quatro hemodinâmicas espalhadas em três hospitais, nas três Macrorregiões de
Saúde. São duas no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, em Santa Rita;
uma no Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina
Grande; e uma no Complexo Hospitalar Regional Deputado Janduhy Carneiro, em
Patos.
Além disso, a rede conta com 12 hospitais auxiliares que dão
suporte na estabilização dos pacientes e na aplicação dos trombolíticos, a
partir de um diálogo via rede de telemedicina com suporte 24h por profissionais
do Metropolitano, hospital coordenador do programa, e com regulação feita pela
Central Estadual de Regulação.
O protocolo do atendimento direciona os pacientes que sofreram um infarto a um hospital mais próximo para realizar a trombólise. A regulação é feita pela Central Estadual de Regulação, que é a gestora dos leitos de cardiologia de toda a Paraíba. O paciente também poderá ser regulado para uma unidade coronariana para realizar o cateterismo de urgência e terá prioridade zero nas regulações.