Ex-primeira-dama, além de vender cosméticos, tem utilizado as redes sociais para divulgar mentiras sobre o atual governo
Michelle Bolsonaro. Créditos: Reprodução/TV Brasil (Por Ivan Longo)A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que vem tentando se
firmar como nova liderança da extrema direita no país, está utilizado as redes
sociais não só para vender cosméticos e camisetas, mas também para divulgar
mentiras sobre o atual governo.
Nesta sexta-feira (3), através dos stories do Instagram,
Michelle compartilhou uma fake news que vem circulando com força entre grupos
bolsonaristas: a de que o ministro da Justiça, Flávio Dino, teria afirmado que
os médicos estão autorizados a receitar medicamentos como cloroquina e
ivermectina para tratar a Covid-19.
A publicação mentirosa traz o vídeo de uma entrevista em que
Dino afirma: "Nós sempre oferecemos aos médicos a oportunidade de receitar
cloroquina, azitromicina, ivermectina, Kóide-D, todos esses remédios que
experimentalmente têm sido vistos por alguns profissionais como eficazes".
A ex-primeira-dama, junto ao vídeo, escreveu "Antes não
podia nada... Agora pode tudo???", dando a entender que a declaração de
Dino seria recente.
Mentira
Acontece que a entrevista em questão foi concedida por Dino
em maio de 2020, ou seja, dois meses após o início da pandemia do coronavírus
no Brasil. À época, o atual ministro da Justiça era governador do Maranhão e
não havia consenso médico sobre a eficácia de medicamentos como cloroquina,
azitromicina e ivermectina. Os remédios vinham sendo utilizados em caráter
experimental.
Poucos meses depois, entretanto, a comunidade médica e
científica mundial, após inúmeros testes, constatou que esses medicamentos não
possuem qualquer eficácia contra a Covid-19 e, por isso, não constam nos
protocolos de tratamento da doença.
Tanto é que, em junho daquele ano, ou seja, poucos dias após
a entrevista de Dino, a secretaria de Saúde do Maranhão divulgou novas
diretrizes de tratamento da Covid-19 que desaconselhavam o uso desses remédios.
"Esquemas com estas drogas não demonstraram benefício em pacientes
internados,com aumento do risco de complicações cardiológicas", dizia o
protocolo.