A operação seria deflagrada uma semana após a eleição, caso o ex-presidente tivesse sido reeleito
A ideia, de acordo com a coluna de Daniel Cesar no Último
Segundo, era vencer as eleições e abrir um inquérito na Polícia Federal (PF)
que acarretaria num pedido de prisão do petista, cumprido imediatamente no
início do ano.
"O Bolsonaro queria que a PF investigasse o Lula e
pedisse a prisão preventiva", diz a fonte que enviou trecho dos diálogos.
Segundo a mesma fonte, Torres seria o responsável por "encontrar um juiz
que topasse assinar a prisão".
De acordo com o raciocínio da dupla, uma vez derrotado, Lula
não teria imunidade nem poderia ser julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal)
e, por isso, um juiz de primeira instância poderia assinar o pedido de prisão.
"A articulação estava adiantada até o final de setembro. A operação seria
deflagrada uma semana após a eleição, caso Bolsonaro tivesse sido
reeleito".
No trecho da conversa acessado pela coluna, não é possível
saber qual seria a denúncia ou mesmo se o caso seria de perseguição, mas os
indícios são de que Bolsonaro pretendia levar seu maior adversário à prisão,
independentemente de qual seria a acusação ou o suposto crime. Nos corredores
da política, fala-se que seria uma prisão política.
A fonte do ministério da Justiça de Bolsonaro ouvida pela
coluna confirmou que, entre o primeiro e o segundo turnos, com a vitória
parcial de Lula, houve recuo de delegados da PF para tocar a operação.
"Mudaram de ideia e investiram em operações no segundo turno para impedir
as pessoas de votarem", afirmou, referindo-se às blitze que já viraram
alvo de investigação também. "Se Lula perdesse, ele estaria preso
hoje", concluiu.