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O alimento superfaturado foi comprado pela Funai durante o governo Bolsonaro, e seria destinado a indígenas, mas nunca foi entregue

Governo Bolsonaro gastou R$ 5,2 mil em 20 quilos de pescoço de galinha (foto: EVARISTO SA/AFP)

O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pagou no ano passado R$ 260 pelo quilo do pescoço de galinha destinado a indígenas da Amazônia. O alimento superfaturado foi adquirido sem licitação e o valor é 24 vezes maior do que o preço médio de R$ 10,7 do mesmo item comprado em outros contratos do governo.

Segundo notas fiscais obtidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, foram gastos R$ 5,2 mil em 20 quilos de pescoço de galinha. Além disso, não há registros da entrega do produto. Com R$ 5,2 mil seria possível comprar meia tonelada de pescoço de galinha pelo preço médio (R$ 10,7) do alimento pago em outros contratos.

O pescoço de galinha foi comprado para indígenas da etnia Mura e funcionários da Funai numa missão em Manicoré, na floresta amazônica.
Em contato com a empresa responsável pela venda das carnes, o empresário disse que "tudo foi entregue conforme as notas fiscais emitidas e os preços levantados pela Funai", mas afirmou que não vendia pescoço de galinha.
 
"Carne de pescoço? Não existe isso aqui. Eu sei que é uma carne ruim demais. Só pode ter sido um erro das notas de pagamento,", disse o dono ao ser questionado sobre a explicação para ter vendido o alimento por R$ 260 o quilo.

Alimentos que nunca foram distribuídos

A coordenação regional da antiga Fundação Nacional do Índio (Funai) - atualmente Fundação Nacional dos Povos Indígenas -, no Rio de Madeira, na Amazônia, comprou também mais de uma tonelada alcatra, latas de presunto, charque, maminha e coxão duro que nunca foram distribuídas entre as famílias das aldeias, na época da pandemia da COVID-19.

Ao receberem as cestas básicas, os indígenas só encontraram arroz, feijão, macarrão, farinha de milho, leite e açúcar.
 
A empresa Loja do Crente Rei da Glória era a responsável por entregar as cestas. O empresário do estabelecimento não respondeu à reportagem.
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