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 Informação é de um relatório do Coaf que a CPMI dos Atos Golpistas teve acesso. A empresa Ernani Filmes Marketing Digital é da esposa de um assessor de Carla Zambelli (PL-SP)

Walter Delgatti, Carla Zambelli e Eliziane Gama (Foto: Reprodução/Twitter | Edilson Rodrigues/Agência Senado)

A CPMI dos Atos Golpistas de 8 de Janeiro teve acesso a um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que aponta que houve movimentações incompatíveis na conta da empresa Ernani Filmes Marketing Digital.

Segundo a informação do relatório do Coaf, divulgada pela Globonews nesta quinta-feira (14), a empresa recebeu R$ 753 mil de recursos públicos do fundo eleitoral, pagos por políticos do PL. Do próprio PL, legenda de Jair Bolsonaro, a empresa recebeu R$ 500 mil em quatro depósitos. O Coaf aponta ainda movimentações incompatíveis com o patrimônio ou a atividade econômica da empresa. >>> Em novo depoimento, Delgatti diz que Bolsonaro pediu para ele invadir o sistema do CNJ e desmoralizar a Justiça

A Polícia Federal investiga a suspeita de que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) usou dinheiro público para um pagamento ao hacker Walter Delgatti. Ele é investigado após acusações de tentativa de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão. Jean Hernani Guimarães Vilela, sócio da Hernani Filmes, é secretário parlamentar da congressista. De acordo com investigadores, ele foi responsável por um dos pagamentos a Delgatti, preso em Araraquara (SP). O hacker admitiu ter colocado, em janeiro de 2023, informações falsas no sistema do CNJ, que abriga o Banco Nacional de Mandados de Prisão. Zambelli é investigada pela suspeita de ter contratado Delgatti com esse objetivo.

Segundo o Jornal Nacional, em depoimento à Polícia Federal, Jean disse que pagou Delgatti com dinheiro dele, pessoal. "A situação do hacker foi o seguinte: eu com, não sei se inocência... Eu quero fazer algo bonito para a deputada para ela poder ficar impressionada. Eu contratei o Walter com o dinheiro meu, pessoal. Não foi pago dinheiro da Hernani Filmes para o Walter, foi pago dinheiro do Jean, pessoa física", afirmou.

Conforme dados da transparência da Câmara, entre outubro de 2022 e abril de 2023, a deputada pagou R$ 94 mil por um serviço de divulgação parlamentar. A empresa contratada tem como única dona Monica Romina Santos de Sousa, esposa de Jean. Segundo as investigações, a empresa recebeu sete pagamentos mensais de R$ 9 mil cada. Em dezembro, um mês antes da invasão ao sistema do CNJ, houve mais um repasse de R$ 31 mil. No cadastro da empresa na Receita Federal, o e-mail e o telefone são contatos de Jean Hernani.

O hacker forneceu à Polícia Federal extratos que revelam que ele recebeu de Carla Zambelli R$ 13,5 mil nos meses anteriores e posteriores à invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça. Em depoimento, ele disse que um desses pagamentos foi feito por Jean. A deputada Carla Zambelli disse que os pagamentos ao hacker foram para cuidar do site dela, e negou ter usado dinheiro público da chamada cota parlamentar - uma verba para custear despesas do mandato. "Os pagamentos que houve foram sempre relacionados ao site, para ele fazer melhorias no site. Não foi da minha cota. Todo dinheiro foi de empresa que eu subcontratei, e essa empresa pagou, mas do meu bolso, não da cota", disse Zambelli.
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