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Maioria dos habitantes de Gaza não têm como fugir da região, quase todas as passagens para fora do território estão fechadas

Palestinos carregam corpos de bebês gêmeos mortos em ataques de Israel junto com suas três irmãs e sua mãe, segundo relatos de autoridades de saúde em GazaREUTERS/Ibraheem Abu Mustafa

Habituados com os conflitos com Israel, muitos habitantes de Gaza estão abrigados nas suas casas, sendo que a grande maioria não tem acesso a bunkers. O território é um dos lugares mais densamente povoados do planeta, onde vivem cerca de 2 milhões de pessoas numa área de 362 quilômetros quadrados.

Aqueles que se aventuram do lado de fora fazem isso apenas para completar tarefas essenciais ou para procurar os seus desaparecidos em meio aos ataques israelenses. As ruas estão danificadas e cobertas de escombros, e o ar cheira a poeira e pólvora.

Salim Hussein, 55 anos, perdeu a sua casa quando seu prédio foi alvo de um ataque aéreo israelense. Ele morava no primeiro andar e disse à CNN que ele e sua família receberam avisos de Israel momentos antes do prédio ser atingido.

Hussein disse não saber por que a torre foi atingida. Ele havia se mudado com sua família há apenas cinco meses.

“Saímos [do prédio] apenas com as roupas que vestimos”, disse ele à CNN, acrescentando que ele e sua família agora não têm mais nada e nem para onde ir.

Após a incursão do Hamas, os palestinos também foram impedidos de sair de Gaza através da passagem de Erez, que se tornou o local de uma batalha entre o Hamas e as forças israelenses.

Netanyahu declarou no sábado que Israel interromperá o fornecimento de “eletricidade, combustível e bens” à Faixa de Gaza, embora o porta-voz das FDI, tenente-coronel Richard Hecht, tenha dito no domingo que apenas a eletricidade foi cortada. Desde então, a energia só está disponível em média quatro horas por dia, abaixo das oito horas habituais.

Israel fornece a maior parte da eletricidade de Gaza. A conectividade com a internet também tem sido instável na região.
“Pânico e medo”

A Faixa de Gaza está quase completamente isolada do resto do mundo há quase 17 anos.

Governado pelo Hamas desde 2007, o enclave está sob cerco estrito do Egito e de Israel, que também mantém um bloqueio aéreo e naval a Gaza. A região foi descrita pela organização não governamental Human Rights Watch como a “maior prisão ao ar livre do mundo”.

Os habitantes de Gaza viram ataques israelenses devastar a faixa em diversas ocasiões desde que as forças israelitas se retiraram do território em 2005. Os combates ocorrem regularmente entre Israel e facções palestinas em Gaza, incluindo o Hamas e a Jihad Islâmica.

Durante a noite, Israel derrubou pelo menos 10 torres em Gaza pertencentes ao Hamas, disse Hagari neste domingo, acrescentando que dezenas de milhares de soldados israelenses estão operando no terreno ao redor da Faixa de Gaza.

As FDI afirmaram que agora estão se concentrando em assumir o controle da Faixa de Gaza e instaram os civis a deixarem imediatamente as áreas residenciais perto da fronteira para sua segurança, enquanto as operações militares israelenses continuavam a atingir o Hamas.

Galeria – Confira as imagens do segundo dia de conflito na região


Mas a maioria dos habitantes de Gaza não têm como fugir da zona sitiada. Todas as passagens para fora do território estão fechadas, com exceção da passagem de Rafah, fortemente controlada, com o Egito.

Hani El-Bawab, 75 anos, disse que ele e sua família de quatro pessoas passaram a noite acordados, temendo ataques aéreos. A torre adjacente à sua casa foi atingida por Israel durante a noite, desabando sobre a sua própria casa e deixando ele e sua família desabrigados.

“Não sei o que fazer”, disse El-Bawab. Ele agora mora na rua, enquanto sua esposa fica na casa de um conhecido.

Os palestinos em Gaza, segundo ele, vivem em “pânico e medo”, preparando-se a cada momento para que uma bomba caia num edifício. “Eu só quero uma casa para morar com meus filhos. Eu só quero abrigo”, disse ele à CNN.

No entanto, ele não lamenta o ataque do Hamas a Israel. “Sempre são eles [Israel] que nos atacam”, disse ele. “Desta vez, foram os [lutadores] que entraram.”

*Com informações de Nadeen Ebrahim, da CNN.

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