Alegação foi a de que ele a imprimiu por ter problemas de visão
Jair Bolsonaro (Foto: Julio Nascimento-PR)A defesa de Jair Bolsonaro (PL) admitiu que ele imprimiu a
minuta golpista encontrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (8), em sua
sala, na sede do Partido Liberal, em Brasília. Segundo informações obtidas pelo
Blog da Julia Duailibi, no portal g1, os advogados de Bolsonaro alegam que a
impressão do documento se deu por "problemas de visão".
"O ex-presidente não tem o costume de fazer a leitura de
textos no próprio telefone celular, certamente em razão das dimensões limitadas
da tela e a necessidade hodierna de uso de lentes corretivas, razão porque
pediu à sua assessoria a impressão do documento em papel", diz a nota
enviada pela defesa.
A minuta em questão foi encontrada pela Polícia Federal
dentro da sede do PL, em Brasília, durante a operação contra tentativas de
golpe no Brasil, denominada Operação Tempus Veritatis. O texto defendia a
decretação de um estado de sítio, além da garantia da lei e da ordem no país,
argumentando que essa ação estaria "dentro das quatro linhas da
Constituição", expressão frequentemente utilizada por Bolsonaro em atos e
discursos públicos durante seu mandato.
"Afinal, diante de todo o exposto, e para assegurar a
necessária restauração do Estado Democrático de Direito no Brasil, jogando de
forma incondicional dentro das quatro linhas, com base em disposições expressas
da Constituição Federal de 1988, declaro o estado de Sítio e, como ato
contínuo, decreto operação de garantia da lei e da ordem", dizia o
parágrafo final do documento.
De acordo com a versão da defesa de Bolsonaro, ele recebeu
tal documento pelo celular em 18 de outubro de 2023. A minuta teria sido
encontrada após a apreensão do celular do tenente-coronel Mauro Cid, seu
ex-ajudante de ordens. A nota da defesa de Bolsonaro de hoje diz que o
ex-presidente, "tendo tomado conhecimento da existência [de minutas
golpistas] só e somente por conta da apreensão do telefone do tenente-coronel
Mauro Cid, e a partir do acesso que lhe foi legalmente oportunizado por seu advogado
constituído na investigação, que identificou tais elementos."
"A impressão provavelmente permaneceu no local da
diligência de busca e apreensão havida na data de hoje, que alcançou inclusive
o gabinete do ex-Presidente, razão porque lá foi apreendido", complementa
a nota.
Vale apontar que, segundo esta versão dos advogados de
Bolsonaro, "o documento já integrava a investigação da PF" antes da
busca e apreensão feita na sede do PL nesta quinta-feira.