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 Para analisar o momento político de Marí é inevitável voltar ao passado, as disputas eleitorais de outrora para no mínimo comparar os movimentos da classe política

O neurocientista Ivan Izquierdo e o  sociólogo francês Halbwachs, ambos estudiosos da memória e do aprendizado, nos leva a refletir sobre “à presença do passado na construção do presente, enquanto revisitação às memórias como continuidade do agora”.

Para analisar o momento político de Marí é inevitável voltar ao passado, as disputas eleitorais de outrora para no mínimo comparar os movimentos da classe política, de seus agentes mais expressivos, mas muito mais dos eleitores desinteressados em cargos e benesses ofertados por candidatos. São esses últimos atores do processo político que deverão definir o pleito; e atualmente estes encontram-se em silêncio.

Enquanto lideranças, pré-candidatos, vereadores e demais agentes se movimentam de um lado para o outro, posam para foto, emitem opinião na imprensa, expõe pontos de vistas nas redes sociais, tem uma numerosa, e por que não dizer, a mais numerosa parcela da sociedade mariense em silêncio, assistindo a tudo e buscando na memória quem é quem nesse processo, o que desejam  e  o que poderão fazer se alcançarem o poder.

Volto então a Halbwachs quando nos provoca a refletir sobre a memória e cita o exemplo dos soldados que sempre retornam mudos de uma guerra. O próprio sociólogo afirma que “eles não narram a guerra porque a memória está impregnada de lembranças de dor”. Essa assertiva pode ser aplicada para um fenômeno comportamental observado no eleitorado mariense nesse momento de pré-campanha.

Posso dizer que o passado vivido ao longo das últimas duas décadas e  a volta a essas vivências através das memórias e lembranças dispara o ‘gatilho’ do medo e da dor, o que faz com que esse fenômeno comportamental abordado acima seja bastante perceptível na sociedade mariense.

Do ponto de vista prático, é possível dizer que das cinco pré-candidaturas postas, nenhuma ainda foi foi capaz de cativar totalmente o eleitorado: o legado de 12 anos dos Martins assusta; os 12 dos Gomes não foram um céu de brigadeiros, mesmo se diferenciando em alguns aspectos dos 12 anos anteriores e portanto não consegue sustentar a inexperiência de alguém que deseja governar uma cidade carregada de maus costumes e problemas de todas as ordens; a chamada “NOVA VIA” é uma esperança que ainda não transpareceu a segurança de que pode seguir unida para gerar perspectiva de poder porque os interesses individuais ainda predominam sobre os interesses coletivos e cada um se sente merecedor de ser o prefeito de Marí.

Os três aspectos abordados acima estão totalmente relacionados ao passado, ao presente e ao futuro e portanto, com base nos estudiosos, não tem como construir o novo sem a renuncia dos interesses individuais, da vaidade pessoal e do ímpeto do ego. Assim como não há condições para a continuidade baseada na força e na imposição, resta ao passado mostrar que está aberto a novas práticas.

Enquanto os atores políticos se combinam, discutem, se agridem, discutem, negociam, os maiores interessados no futuro da cidade ainda estão em silêncio: os eleitores, muitas vezes visto como mercadoria que se compra na feira e nos últimos segundos do segundo tempo.

Para hoje o futuro está incerto! E neste cenário, salve-se quem puder!

 

Redação/Por Marcos Sales

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