Das dez pessoas que fugiram, seis são mulheres e a maioria é proveniente dos estados do Sul (Paraná e Santa Catarina) e Sudeste (São Paulo e Minas Gerais)
JudiciárioO procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou que
os foragidos acusados de participarem dos eventos golpistas de 8 de janeiro do
ano passado sejam incluídos na lista de difusão vermelha da Interpol.
A requisição foi feita após matéria publicada no Uol revelar
que pelo menos dez ativistas bolsonaristas condenados ou sob investigação por
envolvimento nos ataques às sedes dos três Poderes haviam cortado suas tornozeleiras
eletrônicas e fugido do Brasil.
A Interpol, conhecida como Organização Internacional de
Polícia Criminal, mantém uma lista de difusão vermelha que cataloga foragidos
da Justiça em diversos países.
Em oito manifestações, Gonet destacou a importância de
“garantir a aplicação da lei penal” ao solicitar a inclusão dos nomes na lista.
Esses pedidos foram apresentados em processos conduzidos pelo ministro
Alexandre de Moraes.
A investigação identificou que sete dos fugitivos já foram
condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de dez anos de prisão por
participarem da tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro.
Das dez pessoas que fugiram, seis são mulheres e a maioria é
proveniente dos estados do Sul (Paraná e Santa Catarina) e Sudeste (São Paulo e
Minas Gerais). A idade média dos fugitivos é de 50 anos. Ao menos um dos
foragidos alegou ter solicitado asilo político na Argentina.
As assessorias dos ministérios do Interior e das Relações
Exteriores argentinos informaram ao que não forneceriam informações sobre quem
entrou no país ou quem pediu asilo devido à natureza desses dados serem
considerados pessoais.
Conforme as leis brasileiras, a destruição da tornozeleira e a fuga não resultam em aumento da punição, mas o fugitivo perde o direito ao regime aberto e retorna ao regime semiaberto ou fechado. Por outro lado, auxiliar na fuga é considerado crime e pode acarretar uma pena de seis meses a dois anos de detenção.