TSE vai julgar recursos do PL e do PT contra a decisão do TRE do Paraná, que rejeitou a cassação de Sergio Moro
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) marcou para as sessões
dos dias 16 e 21 deste mês o julgamento dos recursos que pedem a cassação do
mandato do senador Sergio Moro (União-PR), ex-juiz da Operação Lava Jato.
O tribunal vai julgar recursos do PL e do PT contra a decisão
do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná, que rejeitou a cassação do
parlamentar no mês passado. De acordo com as siglas, o senador cometeu abuso do
poder econômico por meio do uso irregular de recursos de campanha nas eleições
de 2022. Além disso, segundo os partidos, o parlamentar se beneficiou de sua
exposição como pré-candidato à presidência, quando ainda estava filiado ao
Podemos, na disputa pelo Senado no Paraná.
No final de 2021, Moro estava no Podemos e realizou atos de
pré-candidatura à Presidência da República. De acordo com a acusação, houve
“desvantagem ilícita” em favor dos demais concorrentes ao cargo de senador
diante dos “altos investimentos financeiros” realizados antes de Moro deixar a
sigla e se candidatar ao Senado pelo partido União Brasil.
De acordo com o Ministério Público, foram gastos
aproximadamente R$ 2 milhões, oriundos do Fundo Partidário, com o evento de
filiação de Moro ao Podemos e com a contratação de produção de vídeos para
promoção pessoal, além de consultorias eleitorais. O PL apontou supostos gastos
irregulares de R$ 7 milhões. Para o PT, foram R$ 21 milhões.
Os advogados de Moro defenderam a manutenção do mandato e
negaram irregularidades na pré-campanha. De acordo com o advogado Gustavo
Guedes, Moro não se elegeu no Paraná pela suposta pré-campanha “mais robusta”,
conforme acusam as legendas.
Moro pode alterar
cenário político
Os partidos do presidente Lula e do ex-presidente Bolsonaro
esperavam com a eventual cassação de Moro iniciar uma nova disputa eleitoral no
Paraná pela cadeira no Senado. No PT, a disputa estava entre a presidente
nacional da sigla, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), e o ex-líder da bancada
petista na Câmara, deputado Zeca Dirceu (PT-PR).