Presidente destaca a importância do educador e sua contribuição para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária
No dia de ontem, o Brasil e o mundo celebraram os 103 anos de
nascimento de Paulo Freire, considerado o patrono da educação brasileira e um
dos mais influentes pensadores no campo pedagógico. Freire, que recebeu o
título de doutor honoris causa de mais de 50 universidades no Brasil e no
exterior, segue sendo uma referência fundamental para a educação e para aqueles
que acreditam no poder transformador do ensino. A sua obra mais conhecida,
"Pedagogia do Oprimido", é a terceira mais citada em todo o mundo na área
de ciências humanas.
Em nota oficial, divulgada pela Agência Gov, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva prestou homenagem ao legado de Freire, lembrando a
importância de seu pensamento na luta por uma educação que não apenas instrui,
mas que liberta e transforma. “Tive o prazer e a honra de conviver com ele. Sou
testemunha do seu profundo amor pelos seres humanos, em especial pelos
oprimidos – aqueles que, em suas palavras, foram 'roubados do seu direito de
ser'. A eles, Paulo Freire dedicou sua obra e sua vida", declarou Lula.
Paulo Freire defendia que a educação tinha o poder de
transformar a sociedade. Em uma de suas citações mais famosas, ele afirmou:
“Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam
o mundo”. Para ele, a mudança social viria do empoderamento dos marginalizados,
e isso se daria por meio de uma educação crítica e consciente, que questionasse
as estruturas opressoras da sociedade.
Apesar de ser amplamente reconhecido e reverenciado
internacionalmente, a trajetória de Freire foi marcada por desafios,
principalmente durante a ditadura militar no Brasil. Ele foi perseguido,
expulso da universidade, preso e forçado ao exílio. Mesmo assim, suas ideias se
espalharam pelo mundo e foram adotadas em vários países como base para uma
educação emancipadora e inclusiva.
O presidente Lula também comentou sobre as perseguições que o
pensamento de Paulo Freire ainda sofre, mesmo décadas após sua morte, vindo de
setores conservadores que se opõem à educação crítica. "Um quarto de
século depois de sua morte, continua temido e odiado pela extrema direita,
inimiga feroz da educação e da construção de um mundo livre das
desigualdades", afirmou Lula, destacando o crescente interesse pelas
ideias de Freire, especialmente entre as novas gerações no Brasil e no
exterior.
O legado de Paulo Freire, segundo Lula, vive não apenas em seus escritos, mas também nas práticas pedagógicas de educadores que, inspirados por seu trabalho, buscam transformar a realidade de seus alunos e da sociedade como um todo. "Paulo Freire vive. Viva Paulo Freire", concluiu o presidente.