Mensagens localizadas pela Polícia Federal apontam que o
presidente do PL, Valdemar Costa Neto, foi alertado sobre a ausência de provas
de fraude nas eleições de 2022. A constatação teria sido enviada por peritos
particulares contratados pelo partido do ex-presidente Bolsonaro, logo após a
votação do segundo turno.
Mesmo assim, em novembro, a coligação Pelo Bem do Brasil,
apoiadora do candidato à reeleição do então presidente Jair Bolsonaro (PL),
questionou a confiabilidade do resultado da eleição e pediu judicialmente uma
verificação extraordinária das urnas usadas apenas no segundo turno.
A investigação faz parte do inquérito do golpe. De acordo com
investigadores ouvidos pela CNN, a descoberta robustece o indiciamento de
Valdemar Costa Neto, que deve acontecer ao fim desta apuração, após as eleições
municipais.
Ao fazer uma devassa no celular de um dos peritos do
Instituto Voto Legal (IVL) os policiais encontraram mensagens enviadas à cúpula
do Partido Liberal o que comprovaria que Costa Neto tinha plena ciência de que,
com base na perícia contratada pela legenda, não procediam suspeitas de fraude
nos votos.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não aceitou o questionamento apenas do segundo turno e pediu que a parte incluísse também a revisão de todos os eleitos no primeiro turno, o que não foi feito pela coligação dentro do prazo.
Sob o argumento de litigância de má-fé, o então presidente do TSE, Alexandre de Moraes, aplicou uma multa de R$ 22,9 milhões à coligação.
Meses depois, em depoimento à PF, o próprio presidente do PL
admitiu ter sido politicamente pressionado a entrar com a ação.
Procurado, Valdemar Costa Neto não retornou as mensagens nem
ligações da CNN.
O inquérito apura a movimentação de mentores, financiadores e
executores de uma tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder,
independentemente do resultado da eleição presidencial.