Fontes da indústria sul-coreana ouvido pela Yonhap mostraram preocupação com o uso excessivo das aeronaves pela companhia
A informação foi divulgada pela agência de notícias pública
Yonhap, com base no relato de fontes da indústria aeronáutica, que citaram
preocupações com a responsabilidade da empresa em assumir compromissos para
além de sua capacidade operacional.
A aeronave envolvida no acidente teria realizado voos para o
próprio aeroporto de Muan — local da queda no domingo —, e para a Ilha de Jeju
e a cidade de Incheon, na Coreia do Sul, além de destinos internacionais, como
Pequim (China), Kota Kinabalu (Malásia), Nagasaki (Japão), Taipé (Taiwan) e
Bangkok (Tailândia), de onde o avião partiu no domingo. Parte desses voos,
ainda de acordo com a agência, seriam voos charter, fechados por grupos
privados por meio de agências de viagens.
Dados de voo da empresa aérea publicadas pelo jornal
britânico The Sun mostram que a Jeju Air tem uma média de voos por aeronave
alta até mesmo para companhia low-cost sul-coreana. Entre julho e setembro,
cada avião da companhia voou uma média de 418 horas — a mais alta entre seis
empresas domésticas.
Não está claro se as horas de voo ou algum tipo de desatenção
com a manutenção da aeronave em questão tem relação direta com o acidente de
domingo. Inicialmente, a queda foi atribuída a uma colisão com pássaros, uma
vez que a tripulação informou à torre de controle sobre um incidente com aves
durante uma primeira tentativa de aterrissagem.
Especialistas ouvidos após o acidente, contudo, afirmaram que
uma colisão com aves dificilmente explicaria o fato do trem de pouso do avião
não ter sido acionado, impedindo o processo de frenagem. Questionamentos também
surgiram quanto à própria segurança do aeroporto, já que a aeronave explodiu
após atingir um muro de concreto no fim da pista de pouso.
Em meio as apurações sobre as causas do acidente e da
determinação do governo de Seul para que todas as aeronaves do mesmo modelo
sejam inspecionadas minuciosamente, a Jeju Air sofreu um duro baque do ponto
de vista comercial, com o cancelamento de aproximadamente 68 mil reservas, de
acordo com a Yonhap.
Mais de 33 mil reservas para voos domésticos e 34 mil para
rotas internacionais foram canceladas, segundo a empresa, a maioria após o
acidente em Muan. Ainda de acordo com a agência de notícias, empresas
especializadas na venda de viagens relataram um aumento nos cancelamentos de
pacotes turísticos.
Da Redação