Repatriados viajaram com algemas nas mãos e nos pés, que só foram retiradas no momento em que aeronave pousou no Brasil; ao todo, o avião trouxe 111 brasileiros, entre homens, mulheres, adolescentes e crianças

Um novo grupo de brasileiros deportados dos Estados Unidos chegou a Fortaleza na última sexta-feira (7). Este é o segundo voo de repatriação, e a partir de Fortaleza, os deportados seguirão para o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, com o apoio da Força Aérea Brasileira. O governo brasileiro organizou a recepção dos repatriados em ambos os estados, Ceará e Minas Gerais, com equipes do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
Os cidadãos deportados dos Estados Unidos foram transportados
algemados e não tiveram acesso a alimentação, conforme informou Mitchelle
Benevides Meira, secretária da Diversidade do Ceará. “Teve pessoas que ficaram
12 horas sem comer, mas foram todos acolhidos, alimentados e passaram por
tratamento hospitalar”, declarou em coletiva de imprensa após chegarem no
Brasil.
Socorro França, secretária de direitos humanos do Ceará, confirmou que os passageiros viajaram com algemas tanto nas mãos quanto nos pés. Elas foram retiradas no momento em que o avião pousou Brasil. Ao todo, o avião trouxe 111 brasileiros, entre homens, mulheres, adolescentes e crianças.
Em Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Social (Sedese) estava preparada para oferecer assistência aos deportados. A
iniciativa inclui a distribuição de mantas, kits de higiene e alimentos, além
de garantir um retorno seguro para aqueles que chegam ao estado. A mobilização
visa proporcionar um acolhimento adequado aos repatriados.
O voo que trouxe os brasileiros fez uma escala em Porto Rico
e enfrentou um atraso de cerca de uma hora. O governo federal tem implementado
medidas para minimizar o tempo de viagem e a utilização de algemas durante o
transporte dos deportados. Embora o uso de algemas seja criticado pelas
autoridades brasileiras, ele foi permitido por um acordo firmado entre Brasil e
Estados Unidos em 2021.
Da Redação