Políticos do PL formavam organização criminosa para “comercializar” recursos originários do Orçamento da União e que deveriam ir às suas próprias bases eleitorais
O esquema foi descoberto por uma investigação da Polícia
Federal que teve acesso a mensagens escritas e de áudio dos parlamentares nas
quais teria fica claro que os acusados “vendiam” as emendas que eles próprios
conseguiam e que deveriam beneficiar suas bases eleitorais, o que caracteriza
os crimes de corrupção passiva e formação de organização criminosa.
Ainda nesta quarta (5), o ministro Cristiano Zanin, do STF,
que é o relator do caso no tribunal, acatou a denúncia e determinou que os réus
sejam levados a julgamento pela Primeira Turma da Corte, sem fixar uma data.
Zanin e o Supremo não deram mais detalhes sobre o processo porque tudo corre
sob sigilo de Justiça.
O relatório do vice-procurador-geral da República,
Hindenburgo Chateaubriand, apontou que o esquema funcionava da seguinte forma.
Os deputados exigiam, por exemplo, que a Prefeitura de São José do Ribamar
(MA), um dos mais populosos municípios maranhenses, o pagamento de R$ 1,66
milhão como propina para que liberassem uma emenda de R$ 6,67 milhões,
previamente destinada a essa cidade para gastos com saúde. A manobra criminosa
também era realizada com outros municípios.
Da Redação