Proposta visa reduzir o tempo de inelegibilidade de oito para dois anos
Andréia Sadi, André Trigueiro, Octávio Guedes e Natuza Nery (foto: G1/Globonews)A tentativa bolsonarista de modificar a Lei da Ficha Limpa, com o intuito de reduzir o período de inelegibilidade de oito para dois anos, foi considerada pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ouvidos pela coluna da jornalista Andréia Sadi, do g1, como mais uma estratégia para manter viva a possibilidade de uma candidatura de Jair Bolsonaro (PL) em 2026.
O novo formato da proposta prevê que o prazo de
inelegibilidade passaria a contar a partir da eleição que resultou na punição,
abrindo caminho para que Bolsonaro – declarado inelegível até 2030 – pudesse
disputar novamente o cargo.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB),
demonstrou disposição para discutir a mudança, alegando que o tempo de
inelegibilidade de oito anos é “muito longo”. Ainda segundo a reportagem, caso
a proposta seja aprovada no Congresso, os ministros do STF não hesitam em
afirmar que a questão será judicializada e, eventualmente, chegará à Corte.
Em paralelo, a investigação sobre a suposta tentativa de
golpe de Estado para manter o ex-mandatário no poder, após sua derrota para o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, também avança. Entre integrantes
da Corte, a maioria não tem dúvidas sobre a atuação de Bolsonaro, embora a
situação de figuras menores, principalmente civis, ainda gere discussões. No
STF, o plano é julgar o ex-mandatário até o fim deste ano, contando para isso a
denúncia fatiada da Procuradoria-Geral da República (PGR) e com juízes
auxiliares para acelerar as oitivas.
Mesmo diante da possibilidade de prisão ao fim do julgamento
envolvendo Bolsonaro, o seu entorno já discute uma mobilização popular, caso a
prisão ocorra. A estratégia de Bolsonaro parece ser esticar ao máximo sua
candidatura, o que ajudaria a manter a disputa pela sucessão dentro da direita
em aberto.
Da Redação