Ex-presidente Juscelino Kubitschek pode ter sido mais uma das vítimas do regime militar, aponta Ministério dos Direitos Humanos
Morte de JK pode ter nova investigação após indícios de atentado | Foto: ReproduçãoA principal motivação para essa revisão é um laudo recente,
que não descarta a possibilidade de que o incidente tenha sido um atentado
político. Se confirmado, o documento pode colocar JK como mais uma das vítimas
do regime militar. Atualmente, a conclusão oficial do caso aponta um acidente
automobilístico.
O governo federal considera a reabertura do inquérito um tema
de interesse público e reforça a necessidade de esclarecer os fatos. A
Comissão, formada por sete integrantes, deve analisar a solicitação ainda esta
semana.
Sobre o acidente
Em 22 agosto de 1976, há três semanas de completar 74 anos, o
motorista do Opala em que Kubitschek viajava perdeu o controle do veículo ao
colidir com uma carreta na Rodovia Presidente Dutra, após supostamente ter sido
atingido por um ônibus da viação Cometa antes de cruzar a pista em direção
oposta.
As investigações conduzidas durante a Ditadura Militar
concluíram que a batida foi acidental, versão corroborada pela Comissão
Nacional da Verdade, em 2014, e por uma comissão externa da Câmara dos
Deputados, em 2001.
No entanto, as novas apurações indicam inconsistências nessa
narrativa. Comissões estaduais da Verdade de São Paulo e Minas Gerais, além da
Comissão Municipal de São Paulo, apontaram indícios de sabotagem mecânica,
intoxicação ou mesmo um tiro no motorista do ex-presidente, Geraldo Ribeiro.
Um inquérito do Ministério Público Federal (MPF), conduzido
entre 2013 e 2019, descartou a colisão com o ônibus, mas concluiu ser
impossível afirmar ou negar a hipótese de atentado, citando falhas graves nas
investigações da época, já que os laudos médicos da época não incluíram exames
toxicológicos para verificar se o motorista havia sido envenenado.
Da Redação