O deputado José Guimarães (PT-CE) afirmou ainda que pedirá agilidade na votação do Orçamento. Ele também negou que o governo se envolverá na indicação de Eduardo Bolsonaro na Comissão de Relações Exteriores
Líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), comenta primeira reunião de Gleisi com a base aliada no Palácio do Planalto - (crédito: Victor Correia / CB / DA Press)A informação foi repassada nesta terça-feira (11/3), após
reunião com a nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi
Hoffmann, no Palácio do Planalto.
"Nós participamos, os líderes, do encontro com a
ministra Gleisi Hoffmann, que inicia um ambiente de conversas com todos os
líderes e as bancada que participam e apoiam o governo. Ela começou, por opção,
por esse bloco, e ainda hoje e amanhã tem reunião com outra parte do outro
bloco, mais ao centro. De forma que ela quer, durante toda essa semana, deixar
o diálogo pavimentado. Ela vai estabelecer a relação direta com os líderes e os
líderes com suas bancadas e, assim, pacificar o ambiente na Câmara dos Deputados",
iniciou o parlamentar.
"[Gleisi] informou também, para nós, que o governo está
pensando a agenda importante do primeiro semestre e tem dois pontos que são
fundamentais. Dentre tantas outras pautas e medidas provisórias, que estão
tramitando, algumas delas integram a pauta econômica encaminhada já pelo
ministro [Fernando] Haddad (da Fazenda). Mas, do ponto de vista político, nós
vamos fazer um esforço para votarmos a LOA (Lei orçamentária Anual), o
orçamento, até o final do mês, em março, dia 24, porque é uma necessidade do
país. E o (projeto do) Imposto de Renda, que deverá ser encaminhado, nos
próximos dias, a proposta ao Congresso Nacional", acrescentou Guimarães.
Segundo o líder do governo, o Projeto de Lei que prevê a
isenção do pagamento do IR para quem recebe até R$ 5 mil de salário já está
pronto. O que falta, agora, são as negociações políticas. "O presidente
Lula está conversando com os dois presidentes da Câmara e do Senado e nós,
líderes, seremos chamados na hora que a proposta estiver pronta para
dialogarmos e, assim, conduzirmos a discussão de uma matéria que é fundamental
ao país", disse Guimarães. Se aprovada, a isenção passará a valer em 2026.
Já sobre o orçamento, o líder afirmou que o senador Randolfe
Rodrigues (PT-AP) prevê a votação na plenário na próxima semana. A Comissão
Mista de Orçamento do Congresso voltou a discutir o assunto nesta tarde e
anunciou a votação do projeto para 19 de março. No dia anterior, o relator da
matéria, senador Angelo Coronel (PSD-BA), lerá o documento final.
A votação do orçamento de 2025 estava travada no Congresso pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender as emendas parlamentares de comissões. No último dia 3, o STF decidiu, por unanimidade, liberar os repasses, o que destravou a votação.
Segundo a SRI, participaram do encontro com Gleisi, os
convidados os líderes partidários na Câmara Mário Heringer (PDT-MG), Pedro
Campos (PSB-PE), Márcio Jerry (PcdoB-MA), Luciano Amaral (PV-AL), Talíria
Petrone (PSol-RJ) e Lindbergh Farias (PT-RJ).
Governo sobre Eduardo Bolsonaro
Perguntado sobre o que o governo está achando da indicação do
deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para a Comissão de Relações Exteriores e de
Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, Guimarães foi taxativo: " o
governo não se mete em composição de comissões, é tarefa das bancadas".
De acordo com ele, cada bancada e seus líderes que conduzem
os interesses sobre as comissões. Não faz parte do Executivo intervir nesse
processo.
Já o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) foi mais combativo
sobre o que significa o bolsonarista no comando da comissão que conversa com
outros países. "É um problema institucional para o Brasil", resumiu.
Ele deixou o encontro mais cedo para ir à residência oficial do presidente da
Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), onde discutiu a composição
das comissões da Casa.
Da Redação