Durante fórum empresarial em Tóquio, Lula destacou potencial da parceria Brasil-Japão e defendeu acordo com Mercosul, transição energética e combate à fome
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert / PR)O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em declaração à imprensa nesta quarta-feira (26) após encontro com o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, celebrou o fortalecimento da parceria bilateral entre Brasil e Japão, com destaque para o sucesso das vendas de aeronaves da Embraer ao mercado japonês. A fala ocorreu no Fórum Empresarial Brasil-Japão, realizado em Tóquio, e reafirmou a intenção do governo brasileiro de ampliar significativamente o comércio entre os dois países.
“Concordamos que o comércio bilateral de US$ 11 bilhões não
corresponde ao tamanho de nossas economias. Nossa meta é superar os US$ 17
bilhões registrados em 2011”, afirmou Lula, sinalizando a retomada de uma
ambição econômica comum, que já teve melhores resultados no passado.
O presidente ressaltou ainda a importância do evento
empresarial que antecedeu a reunião com o governo japonês: “O fórum empresarial
realizado nesta manhã ampliou os horizontes para a cooperação com o setor
privado. Espero lançar negociações de um acordo com o Japão durante a
presidência brasileira do Mercosul, no próximo semestre”.
A venda de aeronaves da Embraer para empresas japonesas foi
apontada como exemplo da capacidade tecnológica e industrial brasileira. “A
compra de aeronaves da Embraer por empresas japonesas demonstra a capacidade de
nossa indústria”, declarou Lula, reforçando que o Brasil tem competência e
inovação para disputar espaço nos mercados mais exigentes do mundo.
Ele também comemorou a decisão japonesa de adotar o uso de
biocombustíveis no setor de transportes, incluindo a aviação. Para o
presidente, essa medida abre espaço para colaborações estratégicas na área de
energia limpa: “A recente decisão de implementar o uso de biocombustíveis no
transporte e na aviação no Japão abre espaço para trabalharmos juntos pela
transição energética. A descarbonização é um caminho sem volta e é
perfeitamente compatível com o objetivo de segurança energética”.
Lula aproveitou a ocasião para apresentar aos empresários e
autoridades japonesas um panorama otimista da economia brasileira: “Não faltam
oportunidades no Brasil. Nos últimos dois anos, superamos expectativas e
crescemos acima de 3%. Há poucos dias apresentei projeto de lei para assegurar
que o sistema tributário deixe de penalizar os mais pobres. Estamos gerando
renda e reduzindo desigualdades”.
No campo humanitário, o presidente brasileiro saudou a adesão
do Japão à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, iniciativa que o Brasil
lançou durante sua presidência do G20. “Saúdo a adesão japonesa à Aliança
Global Contra a Fome e a Pobreza, que lançamos no G20 e facilitará a atuação
conjunta na promoção da segurança alimentar e nutricional do mundo”, afirmou.
Por fim, Lula destacou o papel do Japão como primeiro país
asiático a contribuir com o Fundo Amazônia e conclamou o mundo a participar
ativamente da COP30, que será sediada pelo Brasil. “O Japão também se tornou o
primeiro país asiático a contribuir para o Fundo da Amazônia. O Brasil está
convocando todos os líderes mundiais a participarem do mutirão global da COP30
contra a mudança do clima, apresentando NDCs ambiciosas e alinhadas com a meta
de 1,5ºC. A NDC brasileira reduz até 2035 a emissão de gases de efeito estufa
de 59% a 67% em comparação aos níveis de 2005”.
A presença de Lula no Japão reforça a estratégia do governo
de estreitar laços com potências econômicas do Oriente, mirando investimentos
sustentáveis, cooperação tecnológica e a ampliação do comércio internacional
com foco no desenvolvimento inclusivo.
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