Instituto responde por 7% das demissões na administração federal, com 168 desligamentos desde 2017
O período analisado corresponde ao tempo em que os registros
permanecem disponíveis no Cadastro de Expulsões da Administração Federal
(Caef), da CGU. Após oito anos, os nomes dos servidores sancionados são
retirados do sistema. As penalidades incluem demissão, cassação de
aposentadoria e destituição de cargo em comissão. No caso do INSS, todos os 168
servidores foram demitidos.
Em termos absolutos, o INSS é seguido pelos ministérios da
Saúde (103 demissões), Justiça (67), Economia (39) e pelo Ibama (28). Contudo,
ao considerar o percentual de servidores expulsos em relação ao total de
funcionários, o Ministério da Justiça lidera com 2,5%, seguido pelo INSS
(0,67%) e pelo Ibama (0,53%).
Especialistas apontam que a alta rotatividade no INSS pode
estar relacionada ao grande volume de concessões de benefícios e à movimentação
de recursos financeiros significativos. “Eles trabalham com um volume muito
grande de concessões e manuseiam valores muito expressivos”, afirmou Jorge
Boucinhas, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) especializado em
Previdência. Ele destaca que, apesar de uma fiscalização robusta, a
complexidade da estrutura do INSS pode facilitar ações de servidores mal-intencionados.
Entre os motivos mais comuns para demissões no serviço
público estão corrupção e abandono de cargo, que correspondem a 65% e 25% das
punições, respectivamente, conforme relatório da CGU de 2019.
Procurados pela reportagem da Folha de S.Paulo, o INSS e a
CGU não se manifestaram sobre os dados divulgados.
Da Redação