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 Pressionada por decisão do STF, proposta em debate busca ampliar o número total de parlamentares

Plenário da Câmara dos Deputados | Bruno Spada/Câmara/Divulgação

 A Câmara dos Deputados inicia nesta segunda-feira (5) uma discussão que pode alterar significativamente a composição da Casa.

Segundo apuração do portal G1, os parlamentares debatem um projeto que propõe aumentar o número de cadeiras na Câmara, hoje fixado em 513, para evitar que estados percam representatividade após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que exige, até 30 de junho, a atualização da distribuição de vagas com base nos dados do Censo Demográfico de 2022.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pautou o tema com base em um pedido de urgência, o que pode acelerar sua tramitação e permitir a votação diretamente em plenário. O principal objetivo do projeto é atender à exigência do STF sem provocar perdas políticas aos estados que, pela regra atual, veriam sua bancada encolher.

A proposta em discussão é de autoria da deputada Dani Cunha (União-RJ) e estabelece que nenhum estado perderá deputados em relação à legislatura anterior. Para isso, ela autoriza o aumento do número total de parlamentares. A ideia é redistribuir vagas com base no crescimento populacional, mas sem reduzir a representação dos entes federativos com queda relativa de população.

Dani Cunha também contesta o uso dos dados do Censo 2022, apontando que a coleta foi prejudicada por cortes orçamentários e pela pandemia da covid-19. “Temos que criar mecanismos compulsórios de aferir a população, sem ‘achismo’ de quantidade existente em determinadas regiões, onde estimativas absurdas acabam por substituir a população existente”, escreveu a deputada na justificativa do projeto.

Se os dados do Censo forem levados em conta e o número total de cadeiras permanecer em 513, sete estados ganhariam deputados: Pará (+4), Santa Catarina (+4), Amazonas (+2), Ceará (+1), Goiás (+1), Mato Grosso (+1) e Minas Gerais (+1). Por outro lado, sete estados e o Distrito Federal perderiam representatividade: Rio de Janeiro (-4), Bahia (-2), Paraíba (-2), Piauí (-2), Rio Grande do Sul (-2), Alagoas (-1) e Pernambuco (-1).

A solução negociada por Hugo Motta com ministros do STF é aumentar o total de cadeiras para 527, o que acomodaria os novos crescimentos demográficos sem prejuízo para as bancadas já existentes. O relator da proposta é o deputado Damião Feliciano (União-BA).

Caso o Congresso não aprove uma nova regra até o fim de junho, caberá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definir a redistribuição de cadeiras, retirando do Parlamento o controle sobre a reorganização da representatividade na Casa.

A proposta, que reacende o debate sobre a proporcionalidade na democracia representativa brasileira, divide opiniões no Congresso. De um lado, há pressão para garantir justiça na representatividade dos estados em crescimento; de outro, há resistência política de parlamentares que temem perder força em seus redutos eleitorais.

Da Redação  Com Informação do

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