São dez mil casos de desnutrição aguda entre crianças palestinas só este ano.
Macarrão e farinha estragada para matar a fome de seis
crianças. Sem ingredientes, a cozinha humanitária fechou. "Estamos com
saudades de tomates, pepinos, maçãs e frutas. Não há comida nem bebida. Vamos
morrer de qualquer jeito”.
Em meio a uma das piores crises humanitárias deste século, os
Estados Unidos anunciaram um novo plano para coordenar a entrada de ajuda em
Gaza, mas a proposta já enfrenta duras críticas da comunidade
internacional.
Os americanos disseram que Israel não vai participar da
iniciativa, que pretende entregar suprimentos sem o envolvimento da Organização
das Nações Unidas (ONU), o que, segundo críticos, abre caminho para o controle
político da ajuda e pode agravar ainda mais a fome dos palestinos.
Israel, que bloqueia totalmente a entrada de suprimentos
desde março, diz que só suspenderá o cerco quando tiver controle sobre toda a
distribuição. Na prática, isso significa manter Gaza sob ocupação indireta e
forçar o deslocamento de palestinos, inclusive para fora do território, plano
rejeitado por países vizinhos.
O papa Leão XIV ainda não fez nenhuma declaração sobre o que
acontece em Gaza, mas a expectativa é de que ele adote uma postura semelhante a
Francisco, seu antecessor, que criticava o massacre de civis promovidos por
Israel e a tragédia de crise humanitária do povo palestino.
Francisco também defendia uma solução de dois Estados. Em
2015, o Vaticano reconheceu oficialmente o Estado da Palestina, um gesto de
enorme peso simbólico e diplomático.