"Brasil vai voltar a fazer grandes mobilizações nacionais pela vacinação, que é principal aliada para salvar vidas", informou Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde intensificou as ações de prevenção da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) diante do aumento de casos no Brasil. Nesta terça-feira (6), a pasta anunciou um incentivo anual de R$ 100 milhões para reforçar o atendimento a crianças no SUS, público que tem registrado aumento nas hospitalizações. A portaria sobre o repasse foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) .
O cenário atual de casos de SRAG é marcado pela predominância
do vírus sincicial respiratório (VSR) em crianças pequenas e pelo crescimento
das infecções por influenza e em idosos. Segundo o boletim Infogripe da
Fiocruz, em 2025, foram notificados 45.228 casos de SRAG, sendo 42,9% com
resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório. Desse total,
38,4% foram causados por VSR, 27,9% por rinovírus, 20,7% por covid-19, 11,2%
por influenza A e 1,6% por influenza B.
Como parte da resposta, o Ministério da Saúde promoverá o Dia
D de vacinação contra a gripe em todo o país, marcado para 10 de maio. “O
Brasil vai voltar a fazer grandes mobilizações nacionais pela vacinação, que é
a nossa principal aliada para salvar vidas. No caso da gripe, a imunização pode
reduzir em até 60% casos graves e óbitos. Estamos atuando em parceria com
estados e municípios para garantir que todos os grupos prioritários recebam a
proteção necessária”, afirma o ministro da Saúde, Alexandre Padilha .
Em março, o Ministério da Saúde iniciou a distribuição das
vacinas contra a gripe para todos os estados das regiões Sul, Sudeste,
Centro-Oeste e Nordeste. Para 2025, foram adquiridas 73,6 milhões de doses.
Desse total, 67,6 milhões serão utilizadas no primeiro semestre nessas quatro
regiões, e 5,9 milhões estão reservadas para o segundo semestre, destinados à
região Norte, considerando a sazonalidade da região.
Incentivo financeiro
O incentivo anual de R$ 100 milhões foi estabelecido, em
caráter excepcional e temporário, pela Portaria nº 6.914/2025. O recurso será
destinado ao custeio do atendimento de crianças com síndrome respiratória aguda
grave no SUS, no âmbito da Atenção de Média e Alta Complexidade.
Estados, municípios e o Distrito Federal poderão acessar o
recurso mediante a declaração de emergência em saúde pública em razão do
aumento de casos de SRAG. O repasse, feito pelo Ministério da Saúde, será
realizado na modalidade fundo a fundo.
Análise do cenário epidemiológico
De acordo com o Boletim InfoGripe , divulgado em 30 de abril,
o vírus sincicial respiratório (VSR) lidera os casos de SRAG. O aumento tem
sido mais expressivo entre crianças de até dois anos, especialmente nas regiões
Centro-Sul, Norte e Nordeste. Já entre adultos e idosos, observa-se crescimento
nas hospitalizações por influenza A, com destaque para Amazonas, Mato Grosso do
Sul e Pará, que apresentam níveis de incidência moderada a alta entre os
idosos.
O rinovírus também tem contribuído para o aumento de SRAG
entre crianças e adolescentes de 2 a 14 anos, embora haja indícios de
desaceleração nessa faixa etária. A atualização do boletim mostra ainda que 18
das 27 capitais estão em nível de alerta, risco ou alto risco para SRAG, com
tendência de crescimento. São elas: Aracaju, Belém, Belo Horizonte,
Brasília, Campo Grande, Cuiabá, Florianópolis, Goiânia, Macapá, Manaus, Natal,
Porto Alegre, Porto Velho, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e
Vitória.
SUS oferta vacinas contra vírus respiratórios
Desde dezembro de 2024, a vacina contra a covid-19 integra o
Calendário Nacional de Vacinação, com foco em gestantes, idosos e crianças. O
SUS oferece as vacinas mais atualizadas contra as cepas atualmente em
circulação no país.
A vacina contra a gripe também está disponível gratuitamente
nos postos do Sistema Único de Saúde (SUS) e é direcionada, neste momento, aos
seguintes grupos prioritários:
- Crianças
de 6 meses a menores de 6 anos
- Idosos
a partir de 60 anos
- Gestantes
e puérperas
- Pessoas
com doenças crônicas
- Trabalhadores
da saúde, professores e forças de segurança, entre outros
Edjalma Borges/Ministério da Saúde