Em entrevista ao Correio, o presidente da ABDI e ex-interventor federal na segurança do DF após 8/1 apontou a necessidade de reforços nas forças de segurança
Para Cappelli, os ataques da semana passada refletem a “atmosfera” do país atualmente. “Isso é o produto de uma situação política em que a gente vive no Brasil. A disseminação de ódio nas redes sociais contra as instituições, principalmente contra o Supremo Tribunal Federal, leva as pessoas a cometerem esses atos inaceitáveis”, diz. “Não é razoável normalizar o que aconteceu”, completa.
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Francisco Wanderley Luiz, ex-candidato a vereador pelo PL nas eleições de 2020, arremessou artefatos em direção à sede do STF. Francisco publicou dias antes em seu perfil nas redes sociais a hora, o lugar e os alvos do ataque. O autor do crime lançou cinco explosivos em frente ao prédio do Supremo, mas apenas dois foram acionados, sem ferir ninguém. Por último, Francisco deitou-se no chão e acionou o artefato que o matou.
De acordo com o presidente da ABDI, é preciso que as forças de segurança aumentem as vigilâncias na Esplanada dos Ministérios e para autoridades mais expostas a riscos.
“Seria prudente subir um pouco o patamar de segurança, principalmente no que diz respeito a algumas autoridades, a Esplanada e a Praça dos Três Poderes, mas sem criar alarde, sem disseminar medo”, comenta.
Cappelli argumentou ainda que as forças de defesa brasileiras têm diversas dificuldades em se comunicar, o que leva a falhas de operação.
“Ainda é um desafio no Brasil, porque a gente não tem um sistema centralizado de inteligência. Cada força de segurança tem seus dados, suas informações, mas que não conversam entre si, o que leva a uma situação de fragilidade no que diz respeito à inteligência estratégica”, frisou.
Da Redação